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Venezuela realiza eleição marcada por abstenção da oposição

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O regime da Venezuela promoveu neste domingo, 25, uma eleição regional esvaziada, marcada pelo boicote da maioria opositora e pela tentativa do regime de Nicolás Maduro de consolidar ainda mais seu poder.

A votação para governadores e deputados ocorreu sob denúncias de repressão política, ameaças à Guiana e seções eleitorais praticamente desertas.

De acordo com o instituto Delphos, apenas 16% dos mais de 21 milhões de eleitores compareceram às urnas. O número confirma o impacto do chamado à abstenção feito pela líder opositora María Corina Machado, que classificou o processo como “propaganda chavista”.

Apesar da baixa participação, o chavismo tenta apresentar a votação como um sinal de força. O regime já domina 253 das 277 cadeiras da Assembleia Nacional e 19 dos 23 governos estaduais. O cenário foi consolidado depois do boicote opositor às eleições legislativas de 2020.

Neste domingo, a apatia tomou conta de Caracas e de outras cidades como San Cristóbal, Maracaibo e Barinas.

Jornalistas constataram seções praticamente desertas, mesmo em horários de pico. Em depoimento à imprensa internacional, eleitores afirmaram não reconhecer legitimidade no processo.

Além de buscar consolidar o poder interno, Maduro aproveitou o dia de votação para renovar ameaças à Guiana.

Em discurso transmitido depois de depositar seu voto, o ditador afirmou que o país vizinho terá de “aceitar a soberania da Venezuela” sobre o território do Essequibo — área rica em petróleo e alvo de disputa centenária entre as duas nações.

O presidente guianense, Irfaan Ali, reagiu com firmeza e disse que a eleição promovida pelo regime bolivariano representa “uma ameaça” e faz parte da “propaganda chavista”. A Venezuela, em contrapartida, criou um Estado simbólico para o Essequibo e realizou eleições para um governador e deputados regionais, mesmo sem controle efetivo da área.

Prisões, repressão e propaganda na Venezuela

A votação ocorre dias depois da prisão de cerca de 70 opositores, acusados de envolvimento em um suposto plano terrorista.

Entre os detidos está Juan Pablo Guanipa, aliado de María Corina. O regime também restringiu a circulação na fronteira e suspendeu voos com a Colômbia, alegando risco de sabotagem por “mercenários”.

Em Caracas, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, declarou que “nenhum incidente relevante” havia sido registrado, mesmo diante da forte presença militar nas ruas — mais de 400 mil homens foram mobilizados.

Enquanto a maior parte da oposição boicotou a votação, um grupo dissidente decidiu participar. Liderado por Henrique Capriles, ex-candidato presidencial, o bloco defende a ocupação de espaços institucionais como estratégia de resistência.

Via Revista Oeste

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