As seis maiores estatais sob o comando do governo federal praticamente triplicaram seus investimentos em patrocínios no terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme levantamento do jornal Folha de S.Paulo, o valor dos contratos firmados em 2024 chegou a R$ 977,6 milhões, ante os R$ 351,5 milhões de 2023, já sob a correção inflacionária.
O aumento dos gastos abrange sobretudo Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Correios e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Juntas, essas empresas apresentaram aumento expressivo na comparação com 2022, último ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL), quando os patrocínios somaram R$ 275,8 milhões.
Lula privilegia Correios e Petrobras
O maior crescimento porcentual ocorreu nos Correios, cuja verba saltou de R$ 3,5 milhões em 2023 para R$ 33,8 milhões neste ano. No último ano da gestão anterior, o valor destinado à área era de apenas R$ 300 mil. À época, Bolsonaro disse que a empresa não necessitava desse tipo de investimento em razão da sua forte presença física no país, bem como seu encaminhamento para o processo de privatização.
Em valores absolutos, quem lidera é a Petrobras, que aumentou seus contratos de R$ 50,5 milhões, no ano passado, para R$ 335 milhões em 2024. Esse montante inclui os patrocínios da área de comunicação da empresa e não contempla recursos destinados à responsabilidade social.
O crescimento das verbas não se restringe aos patrocínios esportivos, mesmo em ano de Olimpíadas. As empresas também aumentaram os investimentos em setores como cultura, eventos e projetos sociais, segundo o levantamento da Folha.
As estatais afirmam que a escolha dos projetos patrocinados segue critérios técnicos, estratégias de mercado e obedece à legislação vigente. Nos Correios, o aumento ocorre em meio à pressão do governo por ajustes financeiros. A empresa anunciou um plano para cortar R$ 1,5 bilhão em despesas, enquanto tenta melhorar seus resultados operacionais.