Início Destaque Psol pede liberação de enfermeiros para fazerem aborto

Psol pede liberação de enfermeiros para fazerem aborto

0

O Partido Socialismo e Liberdade (Psol), em conjunto com a Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição para liberar enfermeiros para fazerem procedimentos abortivos. Atualmente, a realização do aborto é restrita a médicos. 

O documento do Psol é uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) que questiona a constitucionalidade da interpretação literal do artigo 128 do Código Penal, o qual restringe a prática do aborto, nos casos previstos em lei, aos médicos.

A redação do texto teve suporte técnico do Instituto de Bioética Anis — que se define como uma “organização não governamental feminista, antirracista e anticapacitista” — e da Cravinas, chamada “clínica de direitos sexuais e reprodutivos”, da Universidade de Brasília.

De acordo com as entidades, restringir a autorização para a realização de abortos a médicos é “um dramático cenário de violação de direitos”, por impedir a ampliação no fornecimento do “serviço”. O pedido é que o STF declare a restrição inconstitucional e estenda a enfermeiros e outros profissionais de saúde a permissão para fazer o procedimento sem persecução penal. 

Normas da OMS sobre aborto fundamentam Psol

A petição se fundamenta em diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) segundo as quais os abortos podem ser realizados por uma gama de outras pessoas, inclusive a própria mulher grávida, no caso de medicamentos abortivos. A instituição recomenda que o procedimento aconteça através dessas drogas ou da aspiração manual intrauterina (Amiu).

Nesse procedimento, uma cânula, conectada a uma seringa a vácuo, suga o bebê para fora do útero da mulher. A OMS recomenda a Amiu até 14 semanas de gravidez. O texto do Psol apela para “a baixa complexidade para realização do aborto” nesses casos. 

“A OMS recomenda especificamente a realização da Amiu e do aborto medicamentoso por enfermeiros, enfermeiros obstetras, obstetrizes e técnicos de enfermagem, destacando a eficácia desses procedimentos em termos de segurança, efetividade e satisfação das mulheres atendidas por essas profissionais”, diz o texto do Psol. 

Outra recomendação da OMS que fundamenta a petição do partido é a Recomendação 47 das “Diretrizes sobre cuidados ao aborto”, publicada pela organização em 2022. O texto diz que não é clinicamente necessário o uso de ultrassonografia como pré-requisito para a realização de abortos, seja medicamentoso ou por procedimento.



Via Revista Oeste

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile