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Por que o enterro do papa não pode passar de domingo?

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Mesmo o sepultamento de um homem comum, ou até de um indigente, segue regras para acontecer. O mínimo é um atestado de óbito. No caso de chefes de governo, o rito é mais complicado. Quando o falecido é, ao mesmo tempo, chefe de Estado e líder espiritual da maior igreja cristã, as regras podem ser ainda mais rígidas, conforme mostram os procedimentos para o enterro do papa Francisco.

Em primeiro lugar, o Papa simplesmente não pode ser enterrado logo após a morte. O prazo mínimo é de quatro dias. Como ele morreu na segunda-feira, 21, apenas a partir desta sexta-feira, 25, pode acontecer o sepultamento. Além disso, o corpo não pode permanecer indefinidamente fora do túmulo.

Até quando o Papa pode ser enterrado?

O limite corresponde à mesma quantidade de dias registrada na Bíblia como o tempo que Deus levou para criar o mundo: seis — embora essa correlação não esteja explicitada na Constituição Apostólica. Para o Vaticano, o enterro do Sumo Pontífice é tão fundamental que se tornou uma questão constitucional.

A alínea “b” do cânone 13 da Constituição Apostólica define o período de espera para o sepultamento. “Predisponham tudo o que for necessário para as exéquias do falecido pontífice, que deverão ser celebradas durante nove dias consecutivos, e fixem o início das mesmas, de tal modo que a sepultura tenha lugar, salvo razões especiais, entre o quarto e o sexto dia após a morte”, estabelece a regra.

Exéquias são os ritos fúnebres da Igreja Católica. No caso do maior líder da religião, a lista é extensa. Além do período em que o corpo deve permanecer sobre a terra, as regras também definem aspectos como o tempo de luto (nove dias), quando o morto pode ou não ser fotografado e quem tem o direito de permitir a produção de imagens.

O texto também estabelece as regras para verificar a morte do sacerdote — ou seja, o procedimento para o atestado de óbito do Papa. Ao menos no rito, nada de médicos. O cardeal camerlengo, espécie de vice do Sumo Pontífice, é o responsável por essa missão.

Como é o atestado de óbito de Francisco?

No passado, o camerlengo batia com um pequeno martelo de prata levemente na cabeça do Pontífice. Essa prática deixou de ser feita quando João XXIII morreu, em 1963. Desde então, esse rito consiste em chamar três vezes pelo nome de batismo e, na ausência de resposta, é declarado o falecimento.

Contudo, vale deixar claro: a Constituição Apostólica ultrapassa as questões do enterro. O texto, entre outras coisas, também define como deve ser feita a eleição do novo Papa, quem deve votar e quem é elegível para o cargo. Spoiler: não é necessário ser cardeal, nem mesmo bispo ou padre.

Quem pode se tornar o Sumo Pontífice da Igreja Católica?

Na verdade, sequer é necessário ser sacerdote. Todo homem batizado na Igreja Católica é elegível para essa posição. Na prática, porém, um dos membros do Colégio de Cardeais costuma ser eleito. É justamente nesse grupo que estão todos aqueles que podem votar na eleição do novo Sumo Pontífice — um processo que não pode começar antes do fim do período de luto. Diferentemente do enterro, porém, não existe um limite de tempo para que se decida quem será o novo Papa da Igreja Católica.



Via Revista Oeste

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