A confiança dos empresários da indústria desabou em abril de 2025 e atingiu 15 setores industriais, dos 29 pesquisados no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A informação foi divulgada nesta semana.
O índice, que estava em 49,2 pontos, atingiu o patamar de 48 pontos, o menor desde julho de 2020, o que aciona um sinal de alerta para a economia brasileira.
A CNI relata que a falta de otimismo se intensificou pelo quarto mês consecutivo. Isso distancia ainda mais o índice da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta dela.
Nos últimos sete meses, o Icei amargou cinco resultados negativos e acumulou uma retração de 5,2 pontos. A média histórica do índice, de 53,8 pontos, realça o momento de dúvida vivido pelos industriais brasileiros.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Valente Pimentel, utiliza o setor que ele atua como um exemplo.
“O Brasil tem que investir no mínimo R$ 10 bilhões por ano na indústria têxtil de confecção e o objetivo é levar isso para R$ 15 bilhão o que daria nos próximos 10 anos investimentos na ordem de R$ 150 bilhões”, ressaltou o presidente da Abit a Oeste recentemente.
“Se não fizermos isso vamos perder market share para importados aqui dentro e perder na capacidade de conquistar mercados mundiais, essa atual inserção do Brasil no mundo não é suficiente.”
Pessimismo da indústria
A avaliação sobre as condições atuais da economia brasileira e das próprias empresas foi a que mais pesou no resultado.
O Índice de Condições Atuais despencou 1,3 ponto, e está em 42,7 pontos. Esse resultado traduz a percepção dos empresários de que a deterioração do cenário econômico nacional e dos seus negócios se aprofunda.
Já o Índice de Expectativas também mostrou um recuo, de 1,1 ponto, para 50,7 pontos. Apesar de ainda se manter ligeiramente acima da linha da confiança, o indicador revela um aumento do pessimismo em relação aos próximos seis meses para a economia brasileira.
As expectativas para as próprias empresas ainda se mantêm positivas. Mas o otimismo é menos intenso e mais concentrado em comparação com o mês anterior.
Também do ponto de vista geográfico, a queda do Icei gera preocupação na indústria. Quatro das cinco regiões brasileiras tiveram queda no índice. No Norte houve queda de 52,7 pontos para 51,6 pontos.
O Nordeste teve baixa, de 52,9 pontos para 52,3 pontos. O Sudeste também baixou de 47,2 pontos para 45,9 pontos e o Centro-Oeste, de 51 pontos para 50,2 pontos. A única região que registrou alta foi o Sul, cujo índice subiu de 47,0 pontos para 47,2 pontos.