“Aqui você já pode pagar com o seu Pix do Brasil”, diz uma placa em um supermercado em Braga, cidade na região norte de Portugal. O anúncio é da rede portuguesa Continente, que passou a aceitar o meio de pagamento brasileiro em seis de suas lojas.
Para usar o sistema, o cliente precisa ter uma conta bancária no Brasil e fazer o pagamento em reais, com o câmbio e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 0,38%, já aplicados. Basta abrir o aplicativo do banco, escanear o QR Code, verificar os dados e confirmar a transação.
A novidade foi possível graças a uma parceria firmada em janeiro entre a instituição portuguesa de crédito Unicre e o Braza Bank, banco brasileiro especializado em câmbio com atuação em Portugal. Desde então, o Pix tornou-se uma opção de pagamento para brasileiros que vivem ou visitam o país europeu.
Pernambuco em Pé, mais conhecida como Guiana Brasileira, antiga Portugal, avança dois séculos e agora passa aceitar Pix, assim como o seu país colonizador Brasil. pic.twitter.com/OSsjydCAkO
— Diogo Borges (@borgesdiogos) May 10, 2025
Para que uma loja aceite o sistema, é necessário ter conta em uma instituição financeira — seja banco, plataforma ou fintech — habilitada a operar com o Pix, definir uma chave (como e-mail ou número de celular) e pedir autorização do Banco Central de Portugal.
“A intensa imigração vinda do Brasil na última década, aliada aos mais de um milhão de brasileiros que visitam o nosso país anualmente, levou a Unicre a estabelecer uma parceria com o Braza Bank, o maior banco cambial do Brasil”, diz a empresa portuguesa, em nota. “O objetivo é massificar o uso do Pix em Portugal, facilitando as transações tanto para residentes como para turistas brasileiros.”
🚨 🇧🇷 | Na região de Braga, supermercado Continente aceita pagamentos com pix do Brasil.
A brasileirização de Portugal é preocupante. pic.twitter.com/FMPUYj2LzX
— Resistência Lusitana (@resist_lusitana) May 10, 2025
Portugal já tem o próprio “gêmeo” do Pix
Antes do lançamento do Pix no Brasil, em 2020, Portugal já contava com o MB Way, uma plataforma digital criada em 2014. No entanto, há diferenças entre os dois sistemas.
O Pix brasileiro é um sistema público, gerido pelo Banco Central do Brasil, permite transferências instantâneas entre contas bancárias durante as 24 horas do dia, não depende de um aplicativo específico e usa chaves (CPF, telefone, e-mail ou código aleatório) vinculadas à conta. Além disso, visa substituir TEDs, DOCs, boletos e até parte dos pagamentos com cartão.
Pix > MB Way
Isso é um Shopping gigante aqui em Lisboa
Já podemos mudar Portugal para Guiana Brasileira e Lisboa para Rio de Fevereiro pic.twitter.com/Ey3fLXyG8G
— João Gabriel Santos (@joaogsantosc) April 21, 2025
Já o MB Way é um sistema privado, desenvolvido pela SIBS, empresa responsável pelos caixas Multibanco. A tecnologia funciona por meio de aplicativo e é vinculado ao número de telefone e ao cartão bancário. Além de transferências, o mecanismo permite pagamentos online, geração de cartões virtuais, saques e divisão de despesas.
Pix em Portugal vira meme
A imagem do aviso na loja do supermercado Continente, postada na última sexta-feira, 9, no X, rapidamente viralizou e gerou comentários, em tom de brincadeira, sobre Portugal ser a “Guiana Brasileira”.
Alô amigos
Portugal está aceitando pix pic.twitter.com/hz6bYmKXl7
— Fencer.cbl (@BFencerMusashi) February 21, 2025
“Pernambuco em Pé, mais conhecida como Guiana Brasileira, antiga Portugal, avança dois séculos e agora passa a aceitar Pix, assim como o seu país colonizador Brasil”, escreveu um internauta. Apesar do comentário, outras publicações de brasileiros em Portugal, de fevereiro e abril, já mostravam o recebimento do Pix como meio de pagamento em outros estabelecimentos portugueses.