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Maior troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia marca nova fase da guerra sob mediação de Trump

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O maior intercâmbio de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia desde o início da guerra começou nesta sexta-feira, 23. Moscou invadiu o território ucraniano há mais de três anos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou a operação nas redes sociais. Ele tem atuado como mediador de uma possível trégua e das conversas de paz. Pouco depois, autoridades militares dos dois países confirmaram que a troca estava em andamento, mas evitaram divulgar detalhes.

Listas com mil nomes de prisioneiros foram trocadas entre os governos nas últimas 48 horas. Até então, essas negociações envolviam números bem menores, raramente passando de algumas centenas. Intermediários como Turquia e Emirados Árabes costumavam conduzir as tratativas anteriores.

Diferente dos acordos anteriores, desta vez, Rússia e Ucrânia optaram por uma negociação direta

Diferente dos acordos anteriores, desta vez, Rússia e Ucrânia optaram por uma negociação direta. Essa mudança partiu da pressão de Trump, que abandonou a postura de apoio absoluto a Kiev e passou a buscar aproximação com Vladimir Putin. Na semana passada, as delegações dos dois países se encontraram em Istambul, retomando um diálogo interrompido desde 2022.

No cenário diplomático, cresce a polêmica sobre o local da próxima rodada de negociações. O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou nesta sexta-feira que considera “deselegante” discutir temas do conflito no Vaticano, um território de tradição católica. Segundo ele, seria inadequado para países de fé ortodoxa.

“Seria um pouco deselegante para países ortodoxos discutir em solo católico questões relacionadas à eliminação das causas do conflito”, declarou Lavrov em evento.

A ideia de utilizar a Santa Sé partiu de Trump, durante uma ligação feita a Putin no dia 19 de maio. Embora o papa Leão 14 tenha evitado declarações públicas, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, confirmou que o Vaticano aceitou sediar as conversas.

A questão religiosa adiciona mais tensão ao impasse. A maioria dos russos e ucranianos segue o cristianismo ortodoxo, separado da Igreja Católica desde o Grande Cisma de 1054. Esse distanciamento se agravou nos últimos anos, quando a igreja ucraniana rompeu oficialmente com o Patriarcado de Moscou. Kiev, inclusive, proibiu a atuação da igreja russa em seu território, alegando vínculos com o Kremlin.

Lavrov também condicionou qualquer cessar-fogo ou acordo de paz à derrubada de leis ucranianas que, segundo ele, prejudicam cidadãos de origem russa

Mesmo sem resultados concretos, o encontro em território turco manteve o canal diplomático aberto. Trump afirmou que as conversas começariam “imediatamente” depois de falar com Putin. Na prática, isso não se confirmou. Apesar disso, Lavrov declarou que as negociações já avançam na redação de um memorando que aborda as causas do conflito. Entre os temas centrais estão o desejo da Ucrânia de entrar na Otan e a situação das comunidades russófonas no leste do país.

Lavrov também condicionou qualquer cessar-fogo ou acordo de paz à derrubada de leis ucranianas que, segundo ele, prejudicam cidadãos de origem russa. A exigência, porém, não se aplica aos territórios já ocupados por Moscou, como as regiões do leste, do sul e da Crimeia, esta última anexada em 2014.

Enquanto diplomatas buscam uma saída que permita encerrar o conflito sem que nenhuma das partes se declare derrotada, os combates seguem intensos. As forças ucranianas promoveram mais uma noite de ataques com drones. O Ministério da Defesa russo informou que derrubou 112 equipamentos, além de 1,4 mil abatidos ao longo da semana.

Via Revista Oeste

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