A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) protocolaram, nesta segunda-feira, 12, o pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Roubo dos Aposentados.
A proposta visa a investigar descontos irregulares aplicados diretamente nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O requerimento superou o número mínimo de assinaturas: são 223 deputados e 36 senadores assinantes. Para que a CPMI fosse protocolada, seriam exigidas apenas 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.
Entre os signatários estão parlamentares do PL, Novo, Progressistas, PRD, Republicanos, Cidadania, PSDB, União, PSD, PSB, Avante, MDB, Podemos e Solidariedade. Já PT, Psol, PV, PDT e Rede não aderiram.
Coronel Fernanda afirma que o objetivo é identificar como o esquema operava e quem se beneficiou.
“Estamos tratando de uma fraude com impacto direto sobre a Previdência”, disse a parlamentar. “Há falhas no sistema e é preciso identificá-las.”
A leitura do pedido depende de sessão conjunta do Congresso. A próxima está prevista para o dia 27 de maio. Até lá, a oposição tenta ampliar o apoio, principalmente entre líderes partidários.
CPMI do Roubo dos Aposentados deve crescer
A senadora Damares Alves acredita que novos nomes podem aderir. “Há um interesse evidente em esclarecer os fatos”, afirmou a parlamentar. “A população quer uma apuração transparente. Há um clamor social pelo envolvimento dos parlamentares nessa questão.”
Segundo a Polícia Federal, entre 2019 e 2024, aposentados e pensionistas sofreram descontos ilegais em seus benefícios. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões. As fraudes se intensificaram a partir de 2023.
As fraudes no INSS movimentam o ambiente político em Brasília.
Recentemente, a coluna No Ponto revelou que os pedidos de investigação causaram preocupação em uma reunião entre líderes da base governista e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.
Vídeos obtidos pela coluna mostram a ministra discutindo as possíveis investigações. Gleisi, porém, não fala em apurar, punir nem corrigir quem participou do esquema. A proposta é outra: organizar o que ela mesma chamou de “disputa política” para blindar o Planalto. O que importa, segundo a petista, é “explicar a fraude para a sociedade”.