Argentina oficializa saída da OMS e adota nova política

A Argentina confirmou sua retirada da Organização Mundial da Saúde (OMS) e deu início a uma reformulação do sistema nacional de saúde. A decisão foi anunciada oficialmente nesta segunda-feira, 26, durante a visita do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Junior, a Buenos Aires.

O Ministério da Saúde argentino alegou que as recomendações da OMS não se baseiam em ciência, mas em interesses políticos e estruturas burocráticas.

Em nota divulgada em suas redes sociais, a pasta afirmou que pretende reorganizar o sistema de saúde com foco em prevenção e evidência científica, abandonando o modelo atual centrado no tratamento de doenças.

O anúncio acontece semanas depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, assinar decreto que retirou seu país da OMS. Em sintonia com a Casa Branca, o governo argentino reforça uma aproximação estratégica na área da saúde.

Segundo o ministro Mario Lugones, o país deixará de seguir recomendações internacionais e passará a definir protocolos com base em critérios próprios e revisões técnicas constantes.

A mudança, segundo o governo, visa a “tornar transparentes as estruturas e os processos”, bem como eliminar regulamentações antigas e redundantes.

Argentina inicia reformas para reestruturar sistema de saúde

A gestão de Javier Milei pretende revisar os órgãos que compõem a rede nacional de saúde e cortar sobreposições entre autarquias, fundações e conselhos.

Entre os focos anunciados estão prevenção de doenças, segurança alimentar e eficiência nos gastos públicos. O país deve construir a nova abordagem em parceria com os Estados Unidos, segundo o governo.

Durante o encontro com Robert Kennedy Junior, o ministro argentino disse que a Casa Rosada e os Estados Unidos compartilham uma visão comum sobre saúde global.

As conversas, segundo o comunicado, visam a estabelecer uma agenda conjunta baseada em confiança mútua e compromisso técnico.

Nesta terça-feira, 27, Kennedy tem reunião marcada com Milei e com o ministro das Relações Exteriores, Gerardo Werthein, para aprofundar o diálogo diplomático sobre o futuro da cooperação bilateral.