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Abin deixa de acompanhar viagens de Lula por suposta falta de orçamento

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Desde março, a equipe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), responsável por acompanhar as viagens nacionais e internacionais do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, não realiza suas funções habituais. A suspensão dessas atividades é atribuída a uma suposta falta de orçamento. O jornal Folha de S.Paulo divulgou a informação nesta sexta-feira, 6.

Formalizada por decreto no começo do governo Lula, a equipe fazia parte do setor de Inteligência de Proteção, criado durante o governo de Jair Bolsonaro para reforçar a segurança presidencial.

O núcleo especializado tinha o encargo de planejar, coordenar e supervisionar ações de proteção em eventos e viagens presidenciais. Contudo, em março, a Abin cortou o financiamento e retirou as ferramentas de inteligência utilizadas pelo grupo, o que resultou na inatividade da equipe.

Anteriormente, os agentes viajavam antes do presidente para garantir a segurança dos locais e só retornavam depois da conclusão das visitas. Apesar disso, a Secretaria de Segurança Presidencial, vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), mantém operações semelhantes por meio da Coordenação-Geral de Análise de Risco.

Indagados, a Abin, a Casa Civil e a Presidência da República não comentaram a suspensão das atividades da equipe de inteligência.

Segundo a Folha, nos bastidores, a atual direção da Abin minimiza os efeitos do corte orçamentário. Além disso, a agência lembra da participação em atividades do G20, sob a presidência rotativa do Brasil.

A Abin realizou visitas técnicas a 31 locais de eventos, ações que incluíram a presença de ministros e chefes de Estado, para garantir a segurança durante esses encontros.

PF investiga Abin

Desde o início da administração Lula, a Abin tem sido alvo de investigações da Polícia Federal (PF). As investigações apuram a suposta existência de uma estrutura paralela de espionagem durante o governo Bolsonaro, que teria continuado a operar na gestão atual.

Relatórios da PF mostram que algumas pessoas suspeitas de integrar o esquema anterior ainda estão ativas e poderiam prejudicar as investigações. Em julho, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que não podia confirmar se a Abin estava comprometida.

A investigação resultou na demissão de ocupantes dos cargos mais altos da agência. Andrei Rodrigues, que coordenou a segurança de Lula durante a campanha, lidera a PF, que é vinculada ao Ministério da Justiça.

O diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, que já foi diretor da PF no segundo mandato de Lula, assumiu o comando da agência depois de o órgão ser transferido da alçada militar, sob o GSI, para a Casa Civil.

Corrêa nega qualquer envolvimento com a chamada “Abin paralela”. Além disso, afirma que a agência tem cooperado plenamente com as investigações da Polícia Federal.

No início do mandato de Lula, houve uma disputa entre a PF e o GSI sobre o controle da segurança presidencial. O GSI, composto majoritariamente por militares, estava sob pressão depois da invasão à sede dos Três Poderes, em janeiro de 2023.

Via Revista Oeste

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