Em média, 12 médicos foram vítimas de violência por dia em unidades de saúde no Brasil em 2024. Isso equivale a um caso a cada duas horas, envolvendo ameaças, injúria, desacato, lesão corporal e outros crimes. Os dados são de levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) e estão disponíveis neste texto da própria entidade.
Ao todo, foram registrados 4.562 boletins de ocorrência nas delegacias civis dos estados e do Distrito Federal — o maior número desde o início da série histórica, em 2013. As agressões ocorreram em hospitais, postos de saúde, clínicas, consultórios, prontos-socorros, laboratórios e outros ambientes, tanto públicos quanto privados.
Mulheres estão mais expostas, afirma CFM
Embora os homens ainda sejam maioria entre as vítimas, a diferença vem diminuindo. Foram 1.819 casos contra médicos e 1.757 contra médicas. As mulheres, inclusive, já são maioria dos casos em sete estados: Alagoas, Bahia, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins.
São Paulo lidera o ranking nacional, concentrando 26% dos registros. Foram 832 ocorrências, quase metade delas (514) contra médicas. O Paraná aparece em segundo lugar, com 767 casos, seguido de Minas Gerais, que somou 460 registros — 15% deles na capital, Belo Horizonte.
Dados podem estar subestimados
Os dados de Paraíba, Rondônia e Tocantins não abrangem todo o ano de 2024, devido à falta de informações. Além disso, os números podem estar subestimados. No Rio de Janeiro, por exemplo — terceiro Estado com mais médicos no país —, consideraram-se apenas os casos em que o profissional aparece formalmente identificado como vítima dentro de unidades de saúde.
Situações em que a profissão não é mencionada ficaram de fora. Na pesquisa do CFM, o Estado contabilizou 160 ocorrências em 2024.