Início Geral Vereadora presa ligou para namorado, chefe de facção

Vereadora presa ligou para namorado, chefe de facção

0

A vereadora Tatiana Medeiros (PSB), de Teresina (PI), manteve ao menos três videochamadas com o namorado, Alandilson Passos — apontado como líder da facção criminosa Bonde dos 40 — enquanto se encontrava presa no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí.

A informação consta em relatório da Polícia Federal (PF) divulgado nesta semana, que inclui capturas de tela extraídas do celular da parlamentar. A informação foi publicada pelo g1 e pelo portal Metrópoles.

Tatiana está presa desde o dia 3 de abril, acusada de corrupção eleitoral e organização criminosa. Segundo a PF, ela teve acesso a um iPhone 16 a partir do dia 7 de abril, quatro dias depois de sua detenção.

O dispositivo permaneceu em uso até 20 de maio, período em que foram trocadas mais de 1,5 mil mensagens. A investigação não identificou como o aparelho foi devolvido à vereadora, uma vez que, conforme o relatório, o celular havia sido entregue a um de seus advogados.

Além do contato com o companheiro, também preso, Tatiana conversou com familiares e advogados, fez compras em um supermercado de Teresina no valor de R$ 500 e pesquisou o valor de uma passagem aérea de Belo Horizonte para Teresina, com embarque previsto para 27 de maio. Alandilson, seu namorado, está detido na capital mineira desde novembro de 2024.

Entre os registros verificados, constam ainda diálogos entre Tatiana e um de seus advogados, que também é seu tio. Em uma das conversas, ele solicitava que a vereadora assinasse uma certidão a ser encaminhada à Câmara Municipal de Teresina. O conteúdo foi obtido por meio de captura de tela do próprio celular e inclui ligações de áudio entre os dois.

A defesa da parlamentar, representada pelo advogado Francisco Medeiros, afirmou que “qualquer tipo de comunicação com a parlamentar foi tratada com o mais absoluto profissionalismo”.O advogado de Alandilson, Wildes Próspero, disse que só se manifestará nos autos do processo.

Tatiana foi presa durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, deflagrada pela Polícia Federal. A corporação denuncia que sua campanha eleitoral de 2024 foi financiada com “recursos ilícitos de uma facção criminosa”.

Parte desses recursos teriam sido desviados do Instituto Vamos Juntos, uma ONG fundada por ela na zona Norte da capital. Na fase anterior da investigação, a PF apreendeu R$ 100 mil em espécie nas dependências da entidade.

Teresina
Tatiana Medeiros | Foto: Divulgação

Com base nas acusações, a Justiça determinou a prisão preventiva e o afastamento do cargo de vereadora. Depois de 60 dias de afastamento, a Câmara Municipal empossou o suplente Leondidas Júnior (PSB) no lugar de Tatiana, conforme o regimento interno.

No dia 22 de maio, a Justiça aceitou denúncia contra Tatiana, Alandilson e outras sete pessoas, inclusive familiares e assessores da vereadora. Todos foram tornados réus por corrupção eleitoral, organização criminosa e outros crimes.

Durante o período de detenção, a vereadora foi internada no Hospital de Urgência de Teresina e no Hospital da Polícia Militar. Em razão do quadro clínico, a juíza Junia Maria Feitosa, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, converteu sua prisão preventiva em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica e proibição de acesso à Câmara Municipal.

Via Revista Oeste

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile