O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu o impeachment do juiz federal James Boasberg, que suspendeu voos deportando migrantes venezuelanos. Em publicação na plataforma Truth Social, o republicano chamou Boasberg de “criador de problemas”.
“Este juiz lunático da esquerda radical, um encrenqueiro e agitador que foi, infelizmente, nomeado por Barack Hussein Obama, não foi eleito presidente”, afirmou Trump. “Ele não ganhou o voto popular. Eu ganhei por muitos motivos, mas lutar contra a imigração ilegal pode ter sido o motivo número 1 para essa vitória histórica.”
“Estou apenas fazendo o que os eleitores queriam que eu fizesse”, continuou o presidente. “Este juiz, como muitos dos juízes corruptos com os quais sou forçado a lidar, deveria sofrer impeachment.”
James Boasberg determinou, no sábado 15, a suspensão imediata das deportações de imigrantes em risco de deportação sob a “Lei do Inimigo Estrangeiro”. Essa legislação permite monitorar, prender e deportar cidadãos de países considerados inimigos de forma mais rápida e menos burocrática, em comparação com as deportações comuns.
Na ocasião, o juiz também determinou que todo avião que tivesse saído dos EUA com imigrantes sob essa lei precisaria retornar.
Tensão crescente entre Trump e o Judiciário
A avaliação da imprensa norte-americana, no entanto, é de que o impedimento de Boasberg é improvável. Isso porque exige aprovação da maioria na Câmara e de dois terços do Senado.
O presidente da Suprema Corte, John Roberts, comentou o caso. Ele afirmou que “impeachment não é resposta para discordância sobre decisão judicial”.
Roberts e Trump já se confrontaram antes. Em 2018, o chefe da Suprema Corte afirmou que “não existem juízes de Obama ou de Trump, apenas juízes dedicados à Justiça”.
Desde que reassumiu a Presidência, o republicano enfrenta obstáculos no Judiciário para implantar suas políticas de imigração.