O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu um memorando na noite de sexta-feira, 21, revogando principalmente as autorizações de segurança e o acesso a informações confidenciais para políticos que não fazem mais parte do governo. A lista inclui Kamala Harris, Hillary Clinton, Joseph R. Biden Jr. e “qualquer outro membro da família de Joseph R. Biden Jr.”.
Trump já havia declarado em fevereiro que pretendia remover o acesso de seu antecessor a resumos de inteligência confidenciais. Alguns analistas entendem a medida como uma espécie de retaliação. Isso porque Biden havia feito o mesmo com Trump depois de o republicano deixar o cargo nos dias seguintes ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio.
Trump confirma previsões
Diversas figuras que em algum momento entraram em conflito com Trump tiveram seus nomes presentes no memorando de sexta-feira. Algumas delas receberam citações de autoridades do governo Trump como pessoas que teriam suas autorizações de segurança revogadas. Assim, tais inclusões no documento não foram uma surpresa.
Entre os citados estavam os dois principais responsáveis pela aplicação da lei em Nova York: Letitia James (procuradora-geral do estado) e Alvin L. Bragg (promotor distrital de Manhattan), ambos envolvidos em processos contra Trump.
Também ganharam menção figuras de destaque do primeiro processo de impeachment contra Trump, em 2019. Na época, cogitou-se a hipótese do republicando ter tentado pressionar a Ucrânia a encontrar informações comprometedoras sobre Biden. Os nomes incluídos no memorando de sexta-feira foram: Fiona Hill, especialista em política externa que testemunhou nas audiências de impeachment; Alexander Vindman, tenente-coronel que também testemunhou; e Norman Eisen, advogado que supervisionou o processo de impeachment.
Além disso, o documento incluiu os dois únicos republicanos que participaram do Comitê Seleto da Câmara que investigou o ataque de 6 de janeiro: Liz Cheney e Adam Kinzinger.