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Tarcísio negocia saída de Derrite do governo, relata jornal

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O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), deve deixar o cargo até dezembro deste ano, segundo negociações entre ele e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). A informação, da Folha de S. Paulo, revela que Tarcísio optou por antecipar a saída de Derrite, pré-candidato ao Senado.

Ele poderia permanecer na secretaria até abril do próximo ano, para depois se candidatar. Ao deixar o cargo, Derrite retornará ao mandato de deputado federal, do qual está licenciado, para focar na campanha eleitoral.

Há relatos, segundo o jornal, de que Tarcísio prefere uma exoneração antecipada e já avalia possíveis substitutos. Entre os cotados está Marcello Streifinger, secretário da Administração Penitenciária. Ele é considerado um técnico experiente e sem ambições eleitorais.

Houve desgaste na relação entre governador e secretário, de acordo com o jornal. Correntes dentro do governo consideram que Derrite acumula erros na condução da segurança pública e estaria utilizando o cargo para impulsionar sua candidatura.

Apesar da queda nos índices de homicídios e roubos desde que Derrite assumiu em janeiro de 2023, o aumento dos casos de estupro e o crescimento do número de mortes causadas por policiais em serviço geram críticas e preocupações, acrescenta a Folha.

A gestão de segurança pública enfrenta ainda o desafio da atuação do Primeiro Comando da Capital (PCC) e o aumento da sensação de insegurança entre a população.

Tarcísio, prossegue a reportagem, já admite publicamente excessos nas operações policiais e se diz arrependido por ter inicialmente rejeitado o uso de câmeras corporais nos policiais militares.

Deu declaração neste sentido em frente ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 6 de dezembro, em evento no qual Derrite apenas ficou na plateia.

Em relação a casos específicos, houve uma sucessão deles que teriam incomodado o governador.

A relação se distanciou a partir de novembro de 2024, depois do assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no aeroporto de Guarulhos, no dia 8 de novembro. Na ocasião, Tarcísio pediu que Guilherme Derrite cancelasse uma viagem aos Estados Unidos.

O secretário acatou a decisão, mas, horas depois do crime, participou de uma festa de aniversário em uma casa de shows à beira-mar, em Maresias. A situação gerou constrangimento e só foi contornada com o apoio da Polícia Federal.

O ocorrido foi apenas um em meio a vários entre os meses de novembro e dezembro. No dia 3 de novembro, Gabriel Renal da Silva Soares, homem negro, foi atingido por 11 tiros nas costas por um militar fora de serviço. Três dias depois, em 6 de novembro, em Santos, o menino Ryan, de 4 anos, foi morto enquanto brincava durante uma operação da PM.

No dia 20 de novembro, o estudante de medicina Aurélio Cardenas Acosta morreu ao ser baleado por um policial. E no dia 3 de dezembro ocorreu o episódio no qual o entregador Marcelo Amaral foi arremessado de uma ponte por um policial.

A assessoria de Tarcísio não respondeu sobre a saída de Derrite ao ser questionada pelo jornal. A de Derrite negou que o secretário esteja deixando o cargo neste ano. Ressaltou a possibilidade dele ficar mesmo até abril de 2026.

A postura de Derrite nas redes sociais também causou certa tensão no ambiente. Há mensagens dele que contrastam com a estratégia mais moderada do governador, especialmente na questão da PEC da Segurança Pública, tema que gerou embates entre o secretário e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

O objetivo de Tarcísio, porém, é o de, mesmo com a iminente saída de Derrite, manter uma imagem positiva na gestão, segundo o jornal. O argumento que a sustentará será o da estratégia para que ele se dedique à campanha eleitoral.

O governador não quer nenhum tipo de ruptura. Ambos deverão estar alinhados nas eleições presidenciais de 2026, quando o governo paulista pretende formar uma coligação de centro-direita em oposição ao presidente Lula (PT).

Além de Derrite, outros cinco secretários de Tarcísio também podem deixar seus cargos para disputar mandatos nas eleições do próximo ano.

Via Revista Oeste

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