Atendendo a um pedido do Ministério Público de São Paulo (MPSP), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aumentar a pena de prisão do empresário Sérgio Nahas para 8 anos e 2 meses, em regime fechado. A Justiça o condenou pela morte da mulher, Fernanda Orfali Nahas, em 14 de setembro de 2002, dentro do apartamento do casal, em Higienópolis, região central de São Paulo.
Em 2018, Nahas recebeu sentença de sete anos de prisão, em regime semiaberto, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Na época, ele recorreu da sentença ao STF e aguardava em liberdade o desfecho do processo, que ocorreu nos últimos dias em sessões virtuais.
STF espera recurso
Depois da decisão, a advogada do empresário, Adriana Machado e Abreu, disse ao jornal Folha de S.Paulo que pretende apresentar “os recursos cabíveis, para que uma injusta condenação/prisão não ocorra”. No depoimento à polícia, Nahas afirmou que, no dia do crime, teve uma discussão com Fernanda. Segundo a sua versão, ela se trancou em um armário com uma arma e fez dois disparos contra a porta.
O empresário disse que, ao arrombar o armário, encontrou a mulher já morta, vítima de um disparo. “Mas há testemunhas que afirmam que o barulho do arrombamento ocorreu antes dos tiros. E, segundo o laudo da perícia, o disparo que matou Fernanda foi feito a uma distância superior a 50 centímetros”, explicou o promotor Roberto Tardelli, que atuou no caso.
O laudo da Polícia Científica também não encontrou resíduos de pólvora nas mãos da vítima. A defesa, contudo, sustentou que o modelo da arma em uso só deixaria vestígios na roupa. O promotor denunciou Nahas por homicídio duplamente qualificado. Ele chegou a ficar preso por 37 dias por porte ilegal de arma, mas foi solto por decisão judicial.
No inquérito, a polícia apurou que o motivo do crime seria que a mulher havia descoberto um caso do empresário e que ele também usaria drogas. Quando morreu, as malas dela estavam prontas e ela procurava emprego.