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SpaceX é autorizada a lançar voo de teste da Starship após duas falhas

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Os reguladores federais deram sinal verde à SpaceX para outro voo de teste da Starship, o veículo de lançamento mais potente já construído, depois que dois acidentes com explosivos no início deste ano fizeram chover detritos perto de ilhas nos oceanos Caribe e Atlântico.

A Administração Federal de Aviação (FAA), que licencia lançamentos de foguetes comerciais, disse nesta quinta-feira (22) que a SpaceX pode prosseguir com sua próxima tentativa de lançamento enquanto uma investigação sobre a falha mais recente do veículo, durante a qual ele explodiu perto das Bahamas, está em andamento, confirmou a agência à CNN.

Os reguladores decidiram permitir que a empresa prosseguisse com outra missão de teste, chamada de Voo 9, após determinar que a SpaceX atendeu a “todos os rigorosos requisitos de segurança, ambientais e outros requisitos de licenciamento”.

A atualização da FAA ocorre após a agência emitir uma licença de lançamento no último dia 15 de maio para o próximo voo de teste.

A aprovação da licença foi um marco significativo e uma vitória para a SpaceX, pois marcou a etapa final de um processo de aprovação há muito aguardado. A empresa buscava há anos expandir o número máximo de lançamentos que podia realizar anualmente a partir de suas instalações no sul do Texas, Estados Unidos — sede das instalações de fabricação e operação da Starship.

“A FAA aprovou modificações na licença para a missão SpaceX Starship Flight 9”, afirmou a FAA no comunicado de 15 de maio. “A aprovação inclui a ação final que permite à SpaceX aumentar as operações da Starship de cinco para 25 por ano em Boca Chica, Texas.”

Na época, a FAA também observou que expandiria o tamanho das zonas de risco — ou áreas de exclusão de aeronaves — que seriam bloqueadas durante o próximo voo da Starship.

A agência disse que fez a mudança em resposta aos dois acidentes anteriores, o Voo 7 em janeiro e o Voo 8 em março, que sinalizaram “uma maior probabilidade de falha” nos cálculos da FAA.

Pela primeira vez, a SpaceX também pretende tentar reutilizar um propulsor de foguete Super Heavy no Voo 9. O Super Heavy é a maior parte do sistema de lançamento da Starship e consiste em um cilindro de aço de 71 metros (232 pés), tanques de combustível e todos os 33 motores de foguete que fornecem a explosão inicial de impulso na decolagem.

Até agora, a SpaceX recuperou com segurança três propulsores Super Heavy após o lançamento, com o objetivo de reformar e reutilizar as peças do foguete para reduzir custos.

Expansão das áreas de risco

A FAA disse que expandiria o tamanho da área de risco da Starship — que tem como objetivo manter aeronaves e outros veículos fora da trajetória de voo do sistema de lançamento — de 885 milhas náuticas (1.018 milhas) mapeadas em documentos anteriores para 1.600 milhas náuticas (1.841 milhas) para o lançamento de teste do Voo 9.

A expansão da zona de exclusão deve afetar até 175 voos, com um tempo médio de atraso previsto de 40 minutos, segundo a FAA. A agência estima que tais atrasos custam aos viajantes cerca de US$ 50 (cera de R$ 285) por hora e às companhias aéreas de passageiros até US$ 100,80 (cerca de R$ 570) por minuto, ou US$ 6.048,00 (aproximadamente R$ 34,5 mil) por hora por voo atrasado.

“Para minimizar a interrupção”, afirma o documento, “a janela de lançamento foi programada fora dos períodos de pico de trânsito”.

A SpaceX ainda não anunciou publicamente o horário de lançamento do Voo 9.

A FAA também mapeia áreas de resposta a detritos onde acredita que pedaços do veículo podem cair caso ele exploda em pleno voo.

A SpaceX disse que, após os acidentes do Voo 7 e do Voo 8, os destroços ficaram, em sua maioria, nessas áreas.

Mas em janeiro, pedaços da nave Starship, do Voo 7, que falhou, ficaram espalhados pelas ilhas de Turks e Caicos. Houve também um relato de danos materiais: um pedaço de destroço atingiu um carro na ilha de South Caicos, confirmou a FAA na época.

Restos do voo de teste fracassado de março também caíram perto das Bahamas.

“A FAA está em contato próximo e em colaboração com o Reino Unido, Ilhas Turks e Caicos, Bahamas, México e Cuba, enquanto a agência continua monitorando a conformidade da SpaceX com todos os requisitos de segurança pública e outros requisitos regulatórios”, disse a agência em um comunicado nesta quinta.

“A SpaceX precisa atualizar sua Análise de Segurança de Voo para levar em conta todos os resultados de voos realizados anteriormente, incluindo eventos de acidentes, e para calcular e estabelecer áreas de risco”, diz a declaração.

Não houve relatos de ferimentos relacionados aos acidentes anteriores da Starship.

Em uma declaração de janeiro à CNN, a FAA disse que exige que a SpaceX mapeie “áreas de risco suficientes para garantir que a probabilidade de acidente para um membro do público em terra ou a bordo de uma embarcação marítima não exceda uma em um milhão”.

Nave estelar e o panorama geral

Embora a empresa tenha enfrentado reações negativas por suas recentes falhas nos voos de teste e pelos laços do CEO Elon Musk com a atual administração presidencial, o eventual sucesso do veículo Starship é considerado crucial para os objetivos da Nasa.

A agência espacial já concordou em pagar à SpaceX até US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 23 bilhões) para levar astronautas à superfície lunar em até duas missões de pouso na Lua programadas para o final desta década.

A parceria da SpaceX com a Nasa também pode se expandir caso a agência decida abandonar seu próprio foguete Sistema de Lançamento Espacial, ou SLS, como sugeriu o governo Trump. 

O documento orçamentário preliminar da Casa Branca, divulgado em 2 de maio, recomendou o fim do foguete SLS após três voos.

Descontinuar o foguete SLS provavelmente deixaria a Starship como a única opção para levar astronautas ao espaço profundo — seja para a Lua ou para Marte, que é o destino escolhido por Musk e Jared Isaacman, um confidente de Musk que Trump escolheu para liderar a NASA. (A agência espacial ainda aguarda a confirmação final do Senado para a nomeação de Isaacman.)

Há muito tempo a SpaceX anuncia a Starship como uma empresa com preços acessíveis e que mudaria o jogo para seu tamanho.

Musk afirmou que o preço por voo de teste tem sido de cerca de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões. Os protótipos voados até agora, no entanto, viajaram apenas em uma trajetória suborbital e não foram equipados com alguns recursos que serão necessários para missões tripuladas, como sistemas de suporte de vida.

A SpaceX também precisa descobrir como reabastecer o veículo enquanto ele estiver em órbita ao redor da Terra, um procedimento que será necessário para viagens mais profundas no espaço.

O processo de desenvolvimento da Starship gerou controvérsia em parte porque a empresa está empregando uma abordagem de engenharia que ela chama de “desenvolvimento iterativo rápido”.

A filosofia enfatiza o lançamento de protótipos relativamente baratos durante o processo de desenvolvimento, com o objetivo de identificar e corrigir rapidamente problemas de projeto. O método contrasta com o adotado pela NASA para o SLS, por exemplo, que se concentrou em extensos testes em solo que praticamente garantem o sucesso na primeira tentativa de lançamento.

Devido à sua abordagem única de desenvolvimento, a SpaceX é conhecida por aceitar contratempos terríveis, ao mesmo tempo em que enfatiza que até mesmo voos de teste malsucedidos ajudam os engenheiros a melhorar o design da Starship — talvez mais rápido e mais barato do que se a empresa empregasse abordagens de engenharia alternativas.

“Com um teste como esse, o sucesso vem do que aprendemos”, disse a empresa com frequência em declarações emitidas após as falhas nos voos da Starship.

No entanto, esses testes rápidos e frequentes levaram a falhas explosivas e de alto nível ao longo da história da empresa, que há muito tempo servem como um grito de guerra para os detratores.

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Via CNN

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