Em mais um episódio de pressão pela licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório no litoral do Amapá, a presidente da empresa, Magda Chambriard, defendeu nesta segunda-feira,17, a capacidade de realizar o projeto sem danos ambientais. “Sendo possível a licença, teremos no Amapá o melhor aparato de resposta a emergências já visto no mundo”.
Magda voltou a defender principalmente que a necessidade de reposição de reservas de petróleo no país “é urgente e isso só vai ser possível se começarmos a explorar novas fronteiras”. A estatal alega que a produção do pré-sal começa a cair a partir do início da próxima década. Por isso, precisa de mais reservas.
Pressão de Lula: “lenga-lenga”
O tema ganhou força no governo nos últimos dias, principalmente depois da recente visita do presidente Lula da Silva ao Amapá. No Norte do país, o petista chamou de “lenga lenga” a demora na avaliação da licença do bloco 59 da Bacia Foz do Amazonas.
Nesta segunda-feira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Brasil “precisa virar a chave” sobre a margem equatorial. “A Petrobras já entregou todos os documentos necessários ao Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis] e chegou a hora de virar essa chave”.
Em evento da estatal em Angra dos Reis (RJ), Silveira afirmou: “A questão do petróleo não é questão de oferta, é questão de demanda. Assim, enquanto o mundo demandar, a Petrobras vai poder ofertar, sim, petróleo, gás, biocombustível e tudo aquilo que essa empresa produz”.
Sem apresentar dados, o ministro Silveira disse que as reservas na região são “talvez maiores do que o pré-sal”. Ele acrescentou que países vizinhos ao Brasil têm experimentado forte crescimento econômico com a sua produção.