O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, defendeu os presos pelos atos do 8 de janeiro de 2023 e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele deu a declaração durante entrevista ao site Brasil 247, nesta sexta-feira, 8.
“A direita tem a faca e o queijo na mão para descondenar o Bolsonaro, e sabe por quê?”, perguntou Pimenta. “Por causa da condenação daqueles pobres-coitados daquele 8 de janeiro. Isso daí você não convence ninguém de que é uma coisa justa de se fazer.”
O presidente do PCO lembrou que diversos condenados pela invasão das sedes dos Três Poderes foram presos sem provas e tiveram penas injustas. Para ele, essas decisões podem ser usadas como argumento para cobrar uma anulação da condenação que deixou o ex-presidente inelegível.
“Se eu fosse de direita, pegaria esse tema: anistia para os pobres-coitados”, afirmou. “Mostraria o cara que foi vendedor ambulante, que estava lá, que não quebrou nada, foi condenado por conspiração armada, golpe de Estado.”
O argumento pró-Bolsonaro
Pimenta aproveitou o programa para comentar uma possível prisão de Bolsonaro. Ele explica que não acredita que o ex-presidente realmente tenha cometido os crimes pelos quais está sendo investigado, como tentativa de golpe de Estado.
“Não sei que crime exatamente que vão prender ele, se é golpe de Estado”, afirmou ao Brasil 247. “Na minha opinião, é fictício. Mas vamos supor que tudo isso fosse verdadeiro: não basta você condenar a pessoa, você tem de convencer o pessoal de que ele está errado.”
O líder do PCO ainda aproveitou para comparar Bolsonaro com Hugo Chávez, que tentou dar um golpe na Venezuela e depois foi eleito presidente. Pimenta explica que, no caso do venezuelano, havia provas concretas da tentativa de golpe.
“O Chávez foi preso um pouco antes de ele se transformar no maior líder da América Latina”, afirmou. “Porque ele, diferentemente do Bolsonaro, que é toda essa situação esquisita que a gente tem aqui, efetivamente deu um golpe de Estado e fracassou.”
Pimenta também criticou as decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso e disse que desconfia das instituições brasileiras.
“O Xandão [Moraes] e o Barroso, pessoas que ninguém — nem a esquerda — olha para essas pessoas como grandes autoridades”, observou Pimenta. “Isso é uma meia dúzia de gente que fala que o Xandão é o herói da democracia, mas o povo não acha isso. O povo desconfia das instituições, com toda a razão.”