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Piauí descentraliza captação de órgãos e transforma a vida de pacientes que aguardam transplantes – pi.gov

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A decisão de doar os órgãos de um ente querido é um gesto de empatia e altruísmo, que pode mudar a vida de muitas pessoas que aguardam um transplante. Um exemplo disso é Renara Silva, que optou por doar as córneas de seu esposo, falecido aos 31 anos após um acidente de moto.

“Foi isso, pensar no próximo. Como ele gostava muito de ajudar, eu também quis ajudar. É um momento muito difícil, mas saber que uma parte dele está permitindo que outra pessoa volte a enxergar é uma forma dele continuar vivo. Ajudar o próximo é muito importante”, relata Renara.

O procedimento foi realizado pelo Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, por meio do Núcleo de Captação de Córneas, certificado pelo Banco de Tecidos Oculares (BTOC) do Hospital Getúlio Vargas (HGV). A unidade atua em parceria com o Instituto Médico Legal (IML) e com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi). Este ano, o hospital passou a contar com uma Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT).

Avanços na doação de órgãos no Piauí

“A doação tem um impacto enorme na vida de quem espera há anos por um transplante. Desde a implantação do Banco de Olhos no HEDA, já foram realizadas 119 doações de córneas. No ano passado, também fizemos a primeira retirada de múltiplos órgãos do interior do Piauí, um marco para o programa de transplantes do estado”, destaca Lourdes Veras, coordenadora da Central Estadual de Transplantes.

No dia 1º de novembro de 2024, o hospital realizou a primeira cirurgia de captação de múltiplos órgãos, incluindo a doação de um fígado, dois rins e duas córneas. O doador foi um jovem de 28 anos, vítima de um acidente de moto. A professora Fátima Castro, familiar do jovem, conta que a família decidiu atender ao desejo dele de ser um doador.

“Infelizmente, meu primo sofreu um acidente e teve morte encefálica. O hospital nos perguntou se gostaríamos de doar seus órgãos e soubemos que aqui era possível fazer a captação. Então, tomamos essa decisão e dissemos sim à doação”, recorda Fátima.

Outro parceiro essencial da CIHDOTT no HEDA é o IML de Parnaíba, que tem contribuído para o aumento das doações. “Com essa parceria, conseguimos um crescimento significativo no número de doações de córneas”, explica Flaviano Aragão, técnico de enfermagem e membro da comissão.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) está ampliando o serviço de captação de córneas no Piauí, com a implantação desde o ano de 2024 de banco de olhos no Hospital Regional de Campo Maior e no Hospital Regional Chagas Rodrigues, em Piripiri.

“Essa descentralização do serviço de captação de córneas tem colaborado para o aumento das doações no Piauí e celeridade na fila de espera. O processo faz parte do programa de descentralização da Rede de Média Alta Complexidade Sesapi”, destaca o superintendente da Rede de Média e Alta Complexidade, Dirceu Campêlo.

A importância do sim para a doação

Segundo a Central Estadual de Transplantes, atualmente, no Piauí, 427 pacientes aguardam um transplante de córnea e 505 esperam por um rim.

“Mesmo em um momento de dor, ao receber a notícia da perda de um ente querido, é importante lembrar que há a possibilidade de doar seus órgãos. Dizer sim à doação é permitir que a vida continue em outras pessoas. Essa decisão é um ato de amor e solidariedade”, reforça a professora Fátima Castro.

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