A percepção negativa sobre a economia recuou nos últimos meses, embora a maioria dos brasileiros ainda avalie que o cenário se deteriorou. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 4, mostra que 48% dos entrevistados veem piora na economia — eram 56% em abril.
Houve leve avanço na percepção de melhora: 18% veem progresso na economia, ante 16% na rodada anterior. Já 30% acham que tudo continua igual — eram 26%.
A pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 de maio e 1º de junho, em 120 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de nível de confiança. Mesmo com oscilação positiva, os dados revelam um ambiente ainda marcado por incertezas.
A percepção de inflação perdeu força, mas ainda afeta o sentimento popular. A fatia dos que dizem ter notado alta nos preços de alimentos caiu de 88% para 79%. Nos combustíveis, a queda foi de 70% para 54%, e na conta de luz, de 65% para 60%.
Apesar disso, 79% ainda acreditam que têm menos poder de compra do que um ano atrás. Apenas 10% disseram que esse poder aumentou, e 9% veem estabilidade.
Também houve melhora no indicador de qualidade de vida das famílias. A percepção negativa caiu de 39% para 35%, enquanto a avaliação positiva subiu de 30% para 33%, um empate técnico. O restante considera que tudo permaneceu igual.
Economia melhora para quem ganha mais, mas emprego ainda preocupa
A visão mais otimista aparece entre os brasileiros com renda acima de cinco salários mínimos: 37% deles notaram melhora na qualidade de vida. Entre os que recebem entre dois e cinco salários, 33% compartilham dessa opinião, ante 29% em abril.
No recorte dos que ganham até dois salários mínimos, os indicadores pouco mudaram. A maioria desse grupo segue achando que a situação continua ruim ou igual.
No mercado de trabalho, a sensação de dificuldade aumentou. Para 55% dos entrevistados, está mais difícil conseguir emprego do que há um ano. Em abril, eram 53%. A proporção dos que acham mais fácil permaneceu em 35%.
Mesmo com indicadores em leve recuperação, a desaprovação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu 57%, o maior índice desde o início do mandato. A aprovação caiu para 40%.
Entre católicos, pela primeira vez, a maioria reprova a gestão. Já no Nordeste, o apoio voltou a superar a rejeição. Entre os entrevistados com ensino fundamental, o levantamento registrou empate técnico.