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O que é horror cósmico e qual sua relação com H. P. Lovecraft? 

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Uma vertente literária que acabou se tornando um subgênero em diversas formas de arte, o horror cósmico explora o medo do desconhecido e da insignificância humana diante da vastidão do universo.

Você pode não estar familiarizado com o termo, mas provavelmente já esbarrou em obras baseadas nesse subgênero. O jogo “Bloodborne”, da FromSoftware, e os filmes da franquia “Alien” são alguns dos exemplos notáveis.

Imagem gerada por I.A sobre horror cósmico / Crédito: Olhar Digital (Grok/reprodução)

A formulação do conceito de horror cósmico deve-se a um dos maiores escritores de terror de todos os tempos: H. P. Lovecraft.

Ficou curioso para saber mais sobre o horror cósmico? Então, continue lendo, pois abordaremos mais sobre o tema a seguir.

O que é o horror cósmico?

The Mist (2007)
The Mist (2007) / Crédito: Metro-Goldwyn-Mayer, Dimension Films (divulgação)

O horror cósmico surgiu como uma vertente literária do terror e se consolidou ao longo do século 20 como um subgênero presente em diversas formas de arte. 

Essas obras exploram o medo do desconhecido, onde forças ou entidades além da compreensão humana levam os personagens à loucura ao confrontá-los com realidades aterradoras e incompreensíveis. 

O termo “cósmico” evoca a ideia de algo vasto e inexplicável, remetendo à imensidão do universo. O horror emerge quando os personagens descobrem uma verdade tão além da percepção humana que não conseguem suportá-la.

Um desenho de 1934 de Cthulhu, a entidade cósmica central na seminal história curta de Lovecraft, “The Call of Cthulhu”, publicada pela primeira vez na revista pulp Weird Tales em 1928.

O horror cósmico vai muito além de monstros. Por exemplo, o terror em Cthulhu, uma entidade monstruosa criada por H.P. Lovecraft, não está apenas em sua aparência, mas no conceito de um ser tão antigo e incompreensível que desafia nossa percepção da realidade. 

Embora criaturas indescritíveis sejam comuns, o verdadeiro horror não está apenas na ameaça física dos monstros, mas na ideia de que existem verdades além da nossa compreensão, capazes de destruir a sanidade.

Horror Cósmico no cinema, videogames e outras mídias

O Enigma de Outro Mundo (The Thing, 1982) / Crédito: Universal Pictures (divulgação)

No cinema

O horror cósmico ganhou destaque a partir da década de 1950, especialmente nos gêneros de terror e ficção científica. Roger Corman, renomado cineasta de filmes B, foi um dos primeiros a explorar o subgênero. 

Na década de 1960, Corman tornou-se conhecido por adaptar obras de Edgar Allan Poe, autor que influenciou o horror cósmico. No entanto, o cineasta também dirigiu “O Castelo Assombrado” (“The Haunted Palace”), que, embora tenha elementos e o título de um poema de Poe, baseia seu enredo no romance “O Caso de Charles Dexter Ward”, de H.P. Lovecraft. 

“O Homem dos Olhos de Raio-X” (“X: The Man with the X-ray Eyes”, 1963) / Crédito: American International Pictures (divulgação)

Outro filme notável de sua carreira é “O Homem dos Olhos de Raio-X” (1963), em que um cientista, após desenvolver visão de raio-x, é levado à insanidade ao enxergar o incompreensível.

Nas décadas seguintes, o subgênero continuou a se expandir. Filmes como “Alien, o 8.º Passageiro” (1979) trouxeram o terror do desconhecido em um cenário espacial. A franquia “Evil Dead” incorporou elementos diretamente ligados ao Necronomicon, o livro fictício criado por Lovecraft. 

“Do Além” (“From Beyond”, 1986) / Crédito: Vestron Pictures (divulgação)

A “Trilogia do Apocalipse”, de John Carpenter, composta por “O Enigma de Outro Mundo” (1982), “O Príncipe das Sombras” (1987) e “À Beira da Loucura” (1994), é um dos mais aclamados exemplos de horror cósmico no cinema.

Os colegas cineastas Stuart Gordon e Brian Yuzna, especialistas em adaptações de Lovecraft, destacaram-se com obras como “Re-Animator” (1985), “Do Além” (1996) e “Dagon” (2001). 

Dagon (2001) / Crédito: Filmax International (divulgação)

Entre as produções recentes, o sci-fi da Netflix “Aniquilação” (2018), “O Farol” (2019) e “A Cor Que Caiu do Espaço” (2019) são exemplos de maior destaque. 

Televisão

Na televisão, a série “Lovecraft Country” oferece uma interessante abordagem do subgênero. 

Lovecraft Country / Crédito: Max (divulgação)

Quadrinhos

Nos quadrinhos, o autor inglês Alan Moore é um dos mais notórios em abordar temas de horror cósmico em suas obras. “The Courtyard” e “Yuggoth Cultures and Other Growths” são alguns dos exemplos.

Games

Já nos videogames, “Bloodborne”, “Eternal Darkness: Sanity’s Requiem” e a franquia “Quake” também exploram os elementos desse tipo de terror.

Ebrietas, Daughter of the Cosmos, um dos chefões mais lovecraftianos de “Bloodborne” / Crédito: FromSoftware (divulgação)

Howard Phillips Lovecraft, ou H. P. Lovecraft, foi um escritor americano ativo nas décadas de 1920 e 1930. Suas obras podem ser classificadas como literatura fantástica, ficção científica, terror e Weird Fiction. 

Durante sua carreira, Lovecraft formulou e desenvolveu o conceito de horror cósmico, que refletia suas intenções estéticas, filosóficas e temáticas para a literatura de terror. Contudo, Lovecraft foi influenciado por outros autores para formular seu conceito. Edgar Allan Poe, Lord Dunsany e Arthur Machen são alguns dos nomes. 

Foto de H. P. Lovecraft – Lovecraft, H.P. (Howard Phillips), “Cthulhu” (1934). Howard P. Lovecraft collection. Brown Digital Repository. Brown University Library.

A influência do trabalho de H. P. Lovecraft se deu principalmente após sua morte. Durante sua vida, Lovecraft teve um reconhecimento limitado. 

No entanto, seu trabalho e seu horror cósmico impactaram gerações de escritores e artistas, sendo fundamentais para a evolução do terror moderno. Muitos autores, como Stephen King, Clive Barker e Neil Gaiman, citam Lovecraft como uma influência significativa.

Com informações de:

DUTRA, Daniel Iturvides. O horror sobrenatural de H.P. Lovecraft: teoria e praxe estética do horror cósmico. 2015. Tese (Doutorado em Literatura Comparada) — Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.


Via Olhar Digital

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