Karol Nawrocki, candidato nacionalista, conquistou a presidência da Polônia com pouco mais de 50% dos votos. A comissão eleitoral confirmou o resultado na manhã desta segunda-feira, 2. O adversário, Rafal Trzaskowski, prefeito liberal de Varsóvia e aliado do governo de Donald Tusk, obteve 49%.
O processo de apuração manteve o país em suspense. Pesquisas de boca de urna não indicaram um vencedor. No encerramento da votação, Trzaskowski apareceu numericamente à frente e chegou a declarar vitória em discurso inicial. Entretanto, as primeiras projeções oficiais apontaram uma virada favorável a Nawrocki.
O novo presidente, de 42 anos, é historiador, eurocético, ex-hooligan e boxeador amador. Durante a campanha, defendeu a priorização de políticas econômicas e sociais voltadas para os cidadãos poloneses. Também adotou um discurso crítico em relação aos refugiados da Ucrânia, o que gerou preocupação dentro da União Europeia. O posicionamento do país diante da guerra segue como um ponto sensível no cenário internacional.
A estrutura política da Polônia concede mais poder ao Parlamento, mas o presidente tem a prerrogativa de vetar projetos de lei. Esse mecanismo já bloqueou diversas propostas da agenda reformista de Tusk. A vitória de Nawrocki fortalece o campo conservador e aumenta a pressão sobre a frágil coalizão governista. Muitos analistas enxergam o pleito como um plebiscito sobre o Executivo.
Desde 2023, Tusk tenta reverter o legado conservador e autoritário deixado pelo ex-presidente Andrzej Duda. Nos últimos dez anos, a Polônia chegou a ser enquadrada no artigo 7º da União Europeia. O dispositivo permite sanções contra países que não respeitam o Estado de direito.
Em publicação na rede X, Duda agradeceu o comparecimento expressivo dos eleitores. A taxa de participação alcançou 71%, estabelecendo um novo recorde para um segundo turno presidencial. “Obrigado!”, disse. “Por participarem das eleições presidenciais. Por cumprirem seu dever cívico. Por assumirem responsabilidade pela Polônia. Parabéns ao vencedor! Mantenha-se forte, Polônia!.”
O resultado da Polônia também renova o ânimo da ofensiva populista liderada por Donald Trump na Europa. O presidente dos Estados Unidos e seus aliados atuaram diretamente no pleito
O resultado polonês também renova o ânimo da ofensiva populista liderada por Donald Trump na Europa. O presidente dos Estados Unidos e seus aliados atuaram diretamente no pleito. Em maio, Nawrocki foi recebido no Salão Oval da Casa Branca. Na semana passada, Kristi Noem, secretária de Segurança Nacional, visitou a Polônia, participou de eventos e pediu votos para o candidato.
A eleição marca o primeiro êxito da campanha internacional de Trump desde seu retorno à Casa Branca. Nos últimos meses, seus esforços não conseguiram influenciar resultados na Austrália, no Canadá e na Romênia.