Uma proposta de cessar-fogo imediato e permanente entre Israel e Hamas, apresentada ao Conselho de Segurança da ONU, foi barrada pelo veto dos EUA na quarta-feira 4. A proposta não previa a imposição de desarmamento do Hamas, grupo terrorista que começou a guerra em Gaza ao fazer um ataque surpresa contra Israel que deixou 1,2 mil mortos em outubro de 2023.
Outros 14 membros do conselho votaram favoravelmente à resolução, mas a medida não foi aprovada devido à oposição norte-americana. Os EUA são integrantes permanentes do conselho e têm direito a veto.
O texto discutido durante uma sessão na sede da ONU, em Nova York, recomendava o fim de todas as restrições para entrada e distribuição de ajuda humanitária em Gaza, assim como a libertação imediata e incondicional dos reféns mantidos pelo Hamas e outros grupos. Entretanto, não detalhava mecanismos para garantir o cumprimento das ações solicitadas.
A justificativa dos EUA no conselho da ONU
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Camille Shea, explicou que o veto ocorreu porque a resolução não previa o desarmamento do Hamas. Ela declarou, antes da votação, que os EUA mantêm seu posicionamento favorável ao direito de defesa de Israel e à derrota do Hamas.
“A resolução é inaceitável pelo que diz, é inaceitável pelo que não diz e é inaceitável pela maneira como foi apresentada. Nesse sentido, qualquer produto que comprometa a segurança de nosso aliado próximo, Israel, é inviável”, afirmou Dorothy Camille Shea.
O governo dos Estados Unidos já havia impedido uma resolução semelhante em novembro de 2024. O texto anterior também não garantia a libertação dos reféns. Com o novo veto, as negociações para colocar um fim no conflito na Faixa de Gaza devem prosseguir.