José Múcio, ministro da Defesa do governo Lula, alegou que defende a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro que cometeram “infrações leves”. No entanto, afirmou que é necessário punir outros responsáveis. Ele incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros das Forças Armadas neste grupo.
Em uma entrevista ao portal UOL, Múcio disse que as penalidades devem ser diferenciadas. O ministro também afirmou que a questão não pode ser “politizada”.
“Deve-se graduar as penas”, afirmou. “Deve ser uma para quem organizou; quem foi uma marionete, é outra coisa. Quem quebrou uma cadeira não pode ser responsável por quem fez outras coisas. Devemos graduar, mas não politizar isso. Deve ser uma ação da Justiça. Sou a favor da anistia dos casos leves.”
Quando interrpelado sobre a inclusão de Bolsonaro na anistia, Múcio respondeu de forma sucinta: “Não”. Para o ministro, o ex-presidente está no grupo que deve ser penalizado por “planejar e financiar” os atos.
Em sua interpretação, existem duas situações distintas. “O Congresso busca anistiar os que vandalizaram, enquanto os oficiais que incitaram indisciplina nos quartéis representam uma questão mais grave [sic]“.
“Quero que a suspeição saia do CNPJ das armas e vá para o CPF”, disse. “Devemos às Forças Armadas não ter havido algo muito complicado no dia 8 de janeiro. Graças a elas não tivemos um golpe [sic].”
Dar anistia aos presos no 8 de janeiro é ‘agressão à população’, afirma Jorge Messias
Além de Múcio, outra figura ligada ao governo Lula opinou sobre o projeto de anistia para acusados pelo 8 de janeiro. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, manifestou na quinta-feira, 31, sua oposição a qualquer proposta de anistia.
Conforme Messias, tal medida seria uma “agressão” ao povo brasileiro.
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, o ministro da AGU explicou por que é contra o perdão aos condenados. “Nós, que lutamos e vivemos pela democracia, nos sentimos indignados com qualquer projeto que fale em anistia para golpista”, disse, ao defender o cumprimento de pena pelos presos.
Para o ministro, a concessão de anistia aos presos no 8 de janeiro seria inconstitucional. “Você não pode dar anistia para praticantes de crime que tentem abolir o Estado de Direito”, afirmou. “Porque nada existe sem o Estado de Direito.”
Messias classificou a discussão sobre anistia como uma “agressão à população brasileira” e defendeu punições que incluam não só penas criminais, mas também o ressarcimento dos danos materiais causados aos prédios dos Três Poderes.