O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Estado contra a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, por abuso de autoridade e falta de imparcialidade. A acusação remonta à Operação Integration, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro que envolve o cantor Gusttavo Lima e a advogada e influenciadora Deolane Bezerra, além de empresas de apostas on-line.
O MP-PE alega que a juíza impôs restrições ao andamento das investigações, o que obrigou os promotores a decidirem entre apresentar denúncia, arquivar o caso ou solicitar novas diligências.
Segundo Roberto Brayner, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), essa exigência interfere no avanço das investigações.
A informação foi comunicada à imprensa nesta segunda-feira, 9, no Edifício Procuradora de Justiça Helena Caúla Reis, no Recife.
O órgão destaca que ainda é crucial concluir a investigação, especialmente a análise de dados bancários, para confirmar ou descartar indícios de lavagem de dinheiro.
As transações financeiras monitoradas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) foram classificadas como suspeitas, mas o MP-PE ressalta que não há provas definitivas sobre os crimes.
Gusttavo Lima foi convocado a prestar depoimento na CPI das Bets
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets aprovou, no fim do mês passado, a convocação do cantor Gusttavo Lima para prestar depoimento sobre propagandas de apostas virtuais e possíveis recebimentos irregulares. O youtuber Felipe Neto também foi convidado.
O requerimento de convocação de Gusttavo Lima foi apresentado pela relatora da CPI das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). A parlamentar sinalizou que o artista estaria envolvido em “campanhas publicitárias financiadas por grandes empresas de apostas”.
Soraya Thronicke afirmou que a convocação do artista é “essencial para esclarecer o nível de envolvimento com esse mercado, incluindo possíveis recebimentos irregulares ou participação em ações consideradas antiéticas ou ilegais”.
“Como uma figura pública influente, sua atuação pode ajudar a compreender o impacto de celebridades na promoção de apostas on-line, especialmente entre consumidores mais vulneráveis”, destacou a relatora da CPI das Bets.