O The Wall Street Journal (WSJ), um dos jornais mais importantes do mundo, afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “tem reprimido a liberdade de expressão on-line nos últimos anos”, além de ordenar a prisão de manifestantes antigoverno.
A afirmação foi feita em reportagem sobre o processo movido pela empresa de mídia do presidente norte-americano, Donald Trump, e pela plataforma de vídeos Rumble contra Moraes. A ação foi ajuizada na quarta-feira 19, em um tribunal federal da Flórida, onde a Rumble tem sede.
A Rumble e TMTG, dona da Truth Social, rede social de Trump, acusam Moraes de violar a soberania dos EUA ao impor censura e restrições a empresas norte-americanas. As companhias se referem a decisões do magistrado contra Allan dos Santos. Ele ordenou que a Rumble suspendesse quaisquer perfis do jornalista, o que caracteriza censura prévia, inadmitida não apenas nos EUA, como no Brasil.
Agora, a Rumble e TMTG querem que a Justiça dos EUA decida se decisões como essa devem ser cumpridas por empresas norte-americanas, já que são absolutamente contrárias às leis e à Constituição do país. A Primeira Emenda garante liberdade de expressão praticamente irrestrita nos EUA, com fundamento básico da democracia.
“Permitir que o juiz Moraes amordace um usuário barulhento [Allan dos Santos] em um canal digital americano colocaria em risco o compromisso fundamental do nosso país com um debate aberto e robusto”, afirma o processo da Rumble e da TMTG, a empresa de Trump.
O que o WSJ disse sobre Moraes
Na reportagem, o WSJ faz um breve histórico da atuação recente de Moraes, mencionando, por exemplo, a censura imposta ao Twitter/X, que ficou fora do ar por 40 dias em 2024, por ordem do ministro do STF.
“Moraes tem reprimido a liberdade de expressão on-line nos últimos anos, ordenando a prisão de mais de mil pessoas no Brasil em nome da proteção da democracia — principalmente manifestantes antigovernamentais ou aqueles que, segundo ele, espalharam mentiras sobre o tribunal on-line”, afirma o WSJ.
O jornal prossegue: “O Supremo Tribunal Federal do Brasil baniu o X (Twitter), a plataforma de mídia social de propriedade de Elon Musk, em agosto, depois de um vai e vem de um mês que começou quando de Moraes ordenou que o X removesse várias contas consideradas como disseminadoras de discurso de ódio e desinformação. O X pagou milhões de dólares em multas para que pudesse retomar as operações no país.”