O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) queria embarcar rumo a Brasília para liderar a resposta aos ataques de 8 de janeiro, mas teria sido convencido por alguns de seus principais conselheiros de que sua segurança poderia estar em risco.
O relato consta do livro “Uma Cidade na Luta pela Vida, da Pandemia ao 8 de janeiro”, escrito pelo ex-ministro e prefeito de Araraquara Edinho Silva, que foi lançado nesta segunda-feira (13) em São Paulo.
A obra, que conta em detalhes a experiência da administração de Edinho, dedica um capítulo aos acontecimentos do dia 8 de janeiro.
O presidente estava na cidade quando tomou conhecimento dos ataques aos prédios dos Três Poderes, para prestar solidariedade às vítimas das fortes chuvas que atingiam a região naquela época.
De acordo com o prefeito, Lula queria embarcar imediatamente para a capital federal, mas foi convencido a improvisar uma espécie de gabinete de crise em Araraquara.
“Era típico de Lula liderar sem intermediários. Mas a reação de quem estava na sala foi com a mesma ênfase: ele não poderia ir para Brasília sem que a situação estivesse sob total controle”, escreve Edinho.
“Era um risco Lula tentar voltar, um risco real ele não conseguir sair do aeroporto, um risco ele ficar sitiado na base aérea, um risco os golpistas tentarem invadir o aeroporto.”
No livro, Edinho também relata em detalhes a estratégia de sua gestão no enfrentamento da pandemia da Covid-19, com duras críticas em relação à postura adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro diante da crise sanitária.
A cidade foi pioneira em adotar o lockdown como medida para conter a disseminação do vírus.
Edinho, que chegou a ser cotado para assumir um ministério no governo Lula, encerra no ano que vem seu quarto mandato como prefeito de Araraquara.
Ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência durante o governo de Dilma Rousseff, o prefeito é um dos petistas que integram o círculo próximo do presidente.
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