A prisão, na Bolívia, de Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, nesta sexta-feira, 16, apontado como uma das maiores lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), mostra que o país sul-americano virou um “grande hub” de membros da facção criminosa brasileira. A afirmação é do promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Segundo o promotor, o Grupo de atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), do Ministério Público, as investigações apontam que o país vizinho se tornou o refúgio de outras lideranças da organização criminosa. De acordo com a corporação, André do Rap, Patrick Wellington Salomão (Forjado), Pedro Luiz da Silva (Chacal) e Sérgio Luiz de Freitas (Mijão) podem estar no território boliviano.
“Já sabíamos desde 2020, quando deflagramos a Operação Sharks, que o Tuta estava foragido e que estava escondido na Bolívia”, afirmou Gakiya. “Aliás, onde esteve também o Fuminho, que fugiu da Casa de Detenção em São Paulo e ficou na Bolívia escondido por quase 20 anos. Esse país, infelizmente, se tornou um grande hub que acoberta esses criminosos brasileiros.”
Além dos criminosos citados, Gakiya afirmou que há suspeitas de que Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, acusado de usar empresa de ônibus para lavar dinheiro do PCC em São Paulo, também estaria na Bolívia. As investigações revelaram também que Mijão, tido como uma das lideranças mais importantes da facção criminosa e foragido há mais de 10 anos, leva uma vida de luxo no país.
Ainda segundo o promotor do Gaeco do MPSP, os criminosos têm se abrigado no país por encontrar facilidades por meio da corrupção de agentes públicos, especialmente policiais. Gakiya acredita que, com a prisão do Tuta, “a Bolívia passe a colaborar e a cumprir os acordos de cooperação que ela tem com o Brasil, entregando esses criminosos para as autoridades brasileiras”.