Goiânia, Goianira e Trindade recebem nesta semana os Jogos Universitários Brasileiros de Futebol, Fut 7, X1 e X2. Uma edição especial anual dos JUBs (Jogos Universitários Brasileiros). O esporte mais praticado no país ganha anualmente uma competição exclusiva da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU). São 1.100 participantes, sendo 861 atletas, de 18 estados diferentes e 32 instituições de ensino superior em busca de vitórias.
Os jogos foram divididos em quatro locais de competição. O Futebol é disputado no Campo Parque Lara Guimarães (Trindade), no Estádio Municipal João Gonçalves Rios (Goianira) e no Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira (Goiânia). Já o Fut7, o X1 e o X2 ficam sediados no Sesi Clube Antônio Ferreira Pacheco (Goiânia), que também recebe jogos de futebol.
Dentre todos os 861 atletas, 379 são mulheres. E elas fazem a diferença aqui.
O presidente da CBDU, Alim Neto, ressalta o alto nível das atletas que estão em Goiânia nesta semana: “Na história do esporte universitário brasileiro de futebol feminino, basicamente, todas as atletas da seleção principal passam pelo esporte universitário. Nós somos bicampeões da Universíade [Jogos Mundiais Universitários] no futebol feminino. É muito importante para a gente manter esse foco na modalidade”.
Lusimar Santos, presidente da Federação Goiana do Desporto Universitário, lembra que hoje o futebol feminino já é uma realidade no país: “Aqui em Goiás, por exemplo, nós temos o Vila Nova Universo, que é uma das nossas representantes e disputa o Campeonato Brasileiro Série A2. O maior legado que o JUBs vai deixar é a força do esporte feminino. A sociedade está vendo o futebol feminino não mais apenas como entretenimento, mas no aspecto profissional, o que valoriza, de forma definitiva, a modalidade no país, com um sistema educacional que possibilita essas atletas a também terem uma formação universitária”.
No Fut7, por exemplo, a Universidade de Fortaleza (Unifor) luta pelo tetracampeonato na modalidade. O técnico da equipe é também o treinador da seleção brasileira de futsal feminino: Wilson Sabóia, eleito melhor técnico de futsal do mundo. E no gramado, ele conta com atletas de nível alto, como Flávia Mayane, camisa 10 da Unifor e jogadora da seleção brasileira de futsal, que vê benefícios em competir em várias modalidades.
“É uma competição importante para defender o título. Entre o futsal e o fut7 muda um pouco. O futsal é um pouco mais dinâmico, a gente pega muito na bola, mas a gente consegue, por exemplo, trazer para o campo a questão dos mini jogos, e aqui do campo a gente leva para o futsal a necessidade de ter um preparo físico. Aqui precisamos estar muito mais preparadas para jogar em um clima desses, de muito calor. Para as mulheres que sonham em jogar futebol, futsal, eu aconselho acreditar mesmo. Lutar, treinar, acreditar e, quando a oportunidade chegar, agarrar porque vai dar certo”, declarou a atleta.
O Unifor estreou bem, com uma vitória de 8 a 1 sobre o Unicesumar (PR).
Uma das maneiras encontradas pela CBDU para aumentar a competitividade e reforçar a política de igualdade de gênero no esporte universitário é uma medida implementada pela entidade de condicionar os benefícios da hospedagem e alimentação para federações que inscreverem equipes femininas, não apenas masculinas. No entanto, ao inscrever pelo menos uma equipe feminina, a federação recebe o benefício, sem a necessidade de inscrever um time masculino.