Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a primeira-dama Janja da Silva, se emocionou ao falar da morte do papa Francisco. Janja relembrou os 580 dias que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou preso e da carta trocada entre o papa e o presidente.
Um dos momentos mais difíceis ocorreu em março de 2019, quando seu neto Arthur, de apenas sete anos, morreu. Diante dessa perda, Lula escreveu ao papa Francisco. Segundo Janja, a resposta do pontífice chegou como um gesto simbólico e espiritual, com forte impacto político e emocional. Ela relembrou o quanto a carta do papa foi decisiva para o equilíbrio emocional de Lula naquele período.
“O papa falava bastante sobre a prisão política [de Lula]“, disse a primeira-dama. “Não por acaso, a primeira viagem que meu marido fez ao sair da prisão foi para ir ao encontro do papa.”
Lula e Janja voltaram se reuniram com o papa em diferentes ocasiões
Ao longo dos últimos anos, Lula e Janja voltaram a se reunir com o papa em diferentes ocasiões. Um dos encontros mais significativos aconteceu em 2023, no Vaticano, meses depois da vitória nas eleições. Naquele momento, Janja levou consigo uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré, símbolo de uma promessa feita durante o Círio de Nazaré, em Belém, no ano anterior.
Em junho de 2024, outro encontro ocorreu na Itália, durante a reunião do G7. Já em fevereiro de 2025, Janja foi sozinha ao Vaticano participar da abertura da conferência do FIDA, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU. Nessa ocasião, o papa, debilitado por problemas de saúde, a recebeu de forma reservada.
Carta trocada entre o papa e Lula
Em março de 2019, o papa Francisco enviou uma carta a Lula, então preso em Curitiba. O gesto teve grande impacto político e dividiu opiniões no país.
No texto, o papa manifestou solidariedade ao ex-presidente e falou da importância da justiça e da dignidade. Embora não tenha mencionado diretamente o processo judicial, muitos interpretaram a carta como um gesto de apoio ao discurso de que Lula