O secretário de Segurança Urbana de São Paulo, Orlando Morando, disse que um incêndio em um cortiço foi o estopim para a saída dos usuários de drogas que se aglomeravam na Rua dos Protestantes, região central da capital paulista onde funcionava a cracolândia. O fogo atingiu barracos de madeira que ficavam a cerca de 100 metros do local.
O incêndio ocorreu no dia 9 de março de 2025, quase dois meses antes de os usuários sumirem da cracolância. Segundo informações da Prefeitura de São Paulo, era comum contabilizar aproximadamente 300 usuários na Rua dos Protestantes todas as tardes.
Nesta sexta-feira, 6, Morando disse ao jornal Folha de S.Paulo que a movimentação no local se manteve estável até o dia 21 de março. Um mês depois, o movimento havia caído quase pela metade. Em 21 de abril, a prefeitura registrou a presença de 179 usuários na Rua dos Protestantes.
No dia 13 de maio, a cracolândia amanheceu vazia. Na ocasião, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), expressou surpresa com o sumiço repentino dos usuários.
No início da manhã do dia 13, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a sua gestão está fazendo o que “ninguém teve coragem de fazer”. O governador também prometeu “acabar” com a cracolândia.
Operação contra traficantes dificultou a distribuição de drogas na cracolândia
O processo que resultou na saída dos usuários de drogas da Rua dos Protestantes coincidiu com a operação policial de remoção dos moradores da Favela do Moinho. As autoridades anunciaram a operação no dia 14 de abril.
Os governos municipal e estadual informaram que a favela funcionava como ponto de armazenamento e distribuição de drogas no centro da capital.
Com a operação na favela, segundo Morando, “os traficantes tiveram de se afastar da Rua dos Protestantes, o que dificultou a chegada da droga”.
Cortiço incendiado estava localizado em um terreno invadido
O cortiço incendiado já havia sido desabitado por risco de desabamento. O local também foi alvo de várias operações policiais.
A Prefeitura de São Paulo desapropriou o terreno em 2007 para a construção de moradia popular, mas o local foi invadido e ocupado com dezenas de barracos de madeira.