As pessoas com 60 anos ou mais estão ingressando mais no ensino superior, segundo o Mapa do Ensino Superior no Brasil. O estudo foi apresentado nesta quarta-feira (12) pelo Semesp, entidade que representa as mantenedoras de ensino superior do Brasil.
De acordo com o Mapa, os idosos continuam sendo minoria do ensino superior, representando 0,4% dos estudantes em cursos presenciais e 0,8% dos cursos à distância (EAD) nas instituições privadas.
Entretanto, o grupo foi o único em que houve crescimento do número de matrícula nos cursos presenciais em instituições privadas entre 2013 e 2023, com um aumento de 22%.
Nos cursos EAD, as matrículas apresentaram um salto de 672% no mesmo período, 154 pontos percentuais a mais do que a segunda faixa com maior crescimento, o público de até 24 anos.
Estudantes do ensino superior em cursos presenciais de 2013 para 2023:
- 25 a 29 anos: 916.457 para 549.321 – redução de 40,1%
- 35 a 39 anos: 276.326 para 172.325 – redução de 37,6%
- 40 a 49 anos: 236.927 para 203.170 – redução de 14,2%
- 50 a 59 anos: 65.231 para 58.247 – redução de 10,7%
- 60 anos ou mais: 10.377 para 12.669 – aumento de 22,1%
Estudantes do ensino superior em cursos EAD de 2013 para 2023:
- 25 a 29 anos: 207.681 para 940.349 – aumento de 352,8%
- 35 a 39 anos: 158.388 para 671.717 – aumento de 324,1%
- 40 a 49 anos: 167.240 para 816.967 – aumento de 388,5%
- 50 a 59 anos: 47.056 para 225.592 – aumento de 379,4%
- 60 anos ou mais: 5.107 para 39.448 – aumento de 672,4%
O ensino superior tem registrado uma mudança na dinâmica: enquanto as matrículas de cursos presenciais caíram 29,1% entre 2013 e 2023, as matrículas de cursos à distância (EAD) cresceram 326% no mesmo período.
O levantamento ainda mostra que, entre 2022 e 2023, as matrículas EAD aumentaram 13,4%, chegando a 4,91 milhões de estudantes. Eles já representam quase metade do total de matrículas no Brasil: 49,3%.
Apesar da grande proporção, o Semesp aponta que a taxa de crescimento da modalidade EAD tem desacelerado: em 2020, por exemplo, o aumento foi de 26,8%.
Vale lembrar que, no ano passado, o MEC (Ministério da Educação) suspendeu a criação de novos cursos à distância. A medida era válida até o dia 10 de março de 2025, mas, nesta semana, foi adiada por mais um mês.