O porta-voz das Brigadas Al-Qassam, Abu Obeida — braço armado do grupo terrorista Hamas —, parabenizou os rebeldes houthis do Iêmen pelo ataque ao aeroporto Ben Gurion, em Tel-Aviv, Israel.
O ataque ocorrido na manhã deste domingo, 4, foi realizado com um míssil. A ação marcou o primeiro impacto de tal magnitude na área do aeroporto em mais de um ano e meio de conflito entre Israel e os terroristas do Hamas.
Em comunicado divulgado no canal do Telegram do grupo, Abu Obeida elogiou a resistência do Iêmen e da Palestina, afirmando que ambos enfrentam forças “opressoras”.
“Glória ao Iêmen, igual à Palestina, que continua desafiando as forças de opressão mais brutais e se recusa a se submeter ou ser derrotado, apesar da agressão à qual é submetido,” declarou.
Detalhes do ataque
A explosão do míssil gerou uma grande coluna de fumaça e deixou uma cratera gigante no local. De acordo com o serviço de emergência Magen David Adom, seis pessoas ficaram feridas, sendo quatro atingidas diretamente pela explosão e duas feridas enquanto se dirigiam a abrigos.
“Está intensificando seus ataques contra o coração da entidade sionista deformada, ultrapassando os sistemas mais avançados do mundo para atingir precisamente seus objetivos”, disse Abu Obeida no comunicado. “Que Deus guie seu objetivo, abençoe sua luta e aceite seus sacrifícios.”
Os rebeldes houthis retomaram os ataques contra Israel depois da ordem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de acabar com o cessar-fogo na Faixa de Gaza, em 18 de março.
Hamas é acusado de roubar ajuda humanitária
Na última semana, o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, responsabilizou o Hamas pelo desvio de pacotes de ajuda humanitária enviados à Faixa de Gaza. As declarações intensificam o já conhecido embate político entre as duas principais forças palestinas.
Durante um pronunciamento público, Abbas afirmou que “as gangues afiliadas ao Hamas são as principais responsáveis” pelos crimes e assegurou que os envolvidos deverão responder judicialmente no futuro. “No momento apropriado, essas facções serão responsabilizadas diante da lei”, disse.
A fala ocorre em meio ao agravamento da crise humanitária no enclave palestino, duramente afetado por conflitos recentes e bloqueios ao abastecimento de suprimentos básicos.
Abbas também reiterou críticas ao domínio político e militar exercido pelo Hamas sobre Gaza, exigindo uma mudança de comando na região. “Hamas deve acabar com seu controle sobre a Faixa de Gaza e entregar suas armas à AP”, declarou. Ele ainda reforçou o apelo para que o grupo entregue os reféns que mantém em seu poder.
As declarações refletem a crescente tensão entre a Autoridade Palestina, sediada na Cisjordânia, e o Hamas, que governa Gaza desde 2007.