O governador Rafael Fonteles recebeu a visita, nesta segunda-feira (09), dos estudantes do Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Professora Angelina Mendes Braga, da rede estadual de ensino de Pedro II, que conquistaram a medalha de ouro na 4ª edição da Olimpíada Brasileira de Tecnologia (OBT) com o aplicativo Cognitus. A ferramenta apresenta um método alternativo para facilitar a inclusão de alunos neurodivergentes no processo de aprendizagem.
“É emocionante. A gente planeja muito, mas quando o resultado aparece é que a gente tem a convicção de que estamos no caminho certo. Esses alunos ganharam a medalha de ouro numa competição nacional e todos foram bastante estimulados por programas inovadores que nós colocamos na rede pública. O ensino de inteligência artificial, os cursos técnicos de desenvolvimento de sistemas, robótica, programação, aulas agora em tempo integral, ou seja, ele se aperfeiçoou não apenas no curso técnico, mas nas disciplinas básicas. O estímulo que os professores estão tendo, as escolas melhores, tudo isso resultando em frutos espalhados de norte a sul do Piauí”, comemorou o governador Rafael Fonteles.
O Cognitus promove apoio educacional a estudantes com TDAH, autismo e dislexia e a ideia é ampliar os benefícios. A equipe responsável pelo desenvolvimento é formada por Dalila Maria da Silva Andrade, Rafael Sousa Magalhães, Gustavo de Sousa Barros e Débora Lima de Almeida, da 2ª série Ensino Médio com curso técnico de Desenvolvimento de Sistemas, e Camila Santiago Freire, da 3ª série de Informática para Internet. O projeto tem orientação do professor Cleber Araújo. A equipe fez uma apresentação do funcionamento da ferramenta para o governador. “Um aplicativo que facilita o aprendizado para alunos que tenham TEA, TDAH ou dislexia, como é o lema do nosso governo: não deixar ninguém para trás”, avaliou o governador.
A proposta do Cognitus une tecnologia e empatia e ela surgiu dentro da própria sala de aula. “Comecei a trabalhar atividades gamificadas com os alunos e a gente percebeu uma melhora no desempenho de alguns alunos neurodivergentes. E foi junto com os alunos que a gente propôs a criação da ferramenta. Às vezes é difícil para o professor saber como ele vai adaptar aquela questão para um determinado aluno. E, se ele tiver uma plataforma com inteligência artificial que vai adaptar isso, vai facilitar tanto a vida do professor quanto também a vida dos alunos”, explicou o professor Cleber Araújo.
Ainda de acordo com o professor, esse reconhecimento é um incentivo a mais para os alunos. “É muito importante a gente ver essa empolgação e o quão a gente fica feliz em ver os jovens também valorizados, serem recebidos aqui no Karnak, ver a alegria, porque são jovens que entraram num curso de desenvolvimento de sistemas e veem novas oportunidades. Eles estão muito empolgados realmente com todas as oportunidades que estão sendo oferecidas”, completou.
O aluno Rafael de Sousa conta como a equipe se dedicou na construção dessa ferramenta. “Para nós, de uma cidade pequena, conquistar um prêmio nacional desse e conseguir uma viagem para São Paulo, realmente traz um ânimo para a gente, uma alegria. Porque a gente trabalhou muito, deixamos de dormir muitas noites para poder trabalhar nesse projeto, para elaborar, fazer tudo direitinho, para que a gente conseguisse o resultado que a gente conseguiu”, contou o aluno.
Para a estudante Dalila Andrade, ainda há muito trabalho pela frente na tentativa de ampliar a inclusão. “A ideia para os próximos passos do aplicativo é continuar o desenvolvimento, projetar ele 100%, testar. Após realizar os testes e nós vermos que ele realmente funcionou, a gente pretende expandir para mais tipos de pessoas neurodivergentes, como, por exemplo, surdo-mudo, pessoas superdotadas. Expandir para mais tipos de neurodivergências, já que o aplicativo abrange somente três”, afirmou.
Além de ganharem a medalha de ouro em nível nacional, os alunos de Pedro II estão classificados também no Seduckathon, competição em nível estadual promovida pela Secretaria Estadual de Educação. O secretário estadual de Educação, Washington Bandeira, comentou sobre a representatividade do projeto.
“É um sentimento de orgulho, de gratidão a esses alunos que estão agarrando, abraçando todas as oportunidades que estão sendo colocadas nas escolas públicas da rede estadual do Piauí. Esse projeto simboliza tudo aquilo que nós estamos fazendo, todo o modelo que nós estamos universalizando. É o ensino de tempo integral com os cursos técnicos na área da tecnologia, com o ensino de inteligência artificial, de robótica, com educação inclusiva. Nós estamos formando cidadãos e cidadãs e aqui eles mostraram isso, fizeram uma solução, um aplicativo para ajudar os colegas deles com neurodivergência. Então, eles usaram os conhecimentos que eles estão aprendendo na escola para servir ao povo, servir aos colegas, não deixar ninguém para trás, fazer o bem, o impacto social é muito forte. Isso nos dá um orgulho danado, tanto é que impressionaram o Brasil”, explicou.
A equipe está classificada para o Seduckathon, que está na última fase. Além disso, os alunos irão para São José dos Campos para fazer uma imersão no ITA com a equipe do MIT Brasil.
Neste ano, O Seduckathon terá 130 estudantes vencedores e 26 professores irão para intercâmbios em seis países: Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Coreia, Cingapura e China. A competição está na fase final, com 22 equipes vencedoras.
