sexta-feira, novembro 22, 2024
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Gasto médio com apostas online é de 20% do salário mínimo

Um fenômeno cada vez maior entre jovens e homens no Brasil. Pesquisa realizada pelo Datafolha aponta que 15% dos brasileiros já fizeram apostas esportivas online, as chamadas bets. Além disso, revela que metade dos apostadores perdeu mais dinheiro do que ganhou nessas plataformas, que são proibidas para menores de 18 anos.

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Apostas esportivas (Imagem: janews/Shutterstock)

Regulamentação das atividades

A operação de sites de apostas esportivas é liberada no Brasil desde 2018, após lei aprovada no governo Michel Temer (MDB). A partir disso, propagandas de bets passaram a dominar a grade da TV aberta e as redes sociais.

O governo de Jair Bolsonaro (PL) teve quatro anos para regulamentar o mercado, mas não o fez. Nesse período, o número de casas de apostas no Brasil aumentou exponencialmente, mas sem regras claras de atuação e fiscalização. Em 2023, houve inclusive uma investigação de um esquema de combinação de resultados em jogos de futebol para lucrar indevidamente com apostas.

O governo Lula (PT) passou a trabalhar na regulamentação no ano passado. Já foi aprovada nova lei para definir taxação e funcionamento das empresas, que também deverão se credenciar para atuar no Brasil. Atualmente, quem oferece apostas online no país tem sede no exterior.

A regulamentação total deve ser finalizada no primeiro semestre deste ano. A legislação trata dos jogos da chamada quota fixa, em que é conhecido quanto se pode ganhar com a aposta (a partir de resultados de jogo de futebol, por exemplo).

Durante a tramitação do projeto de lei das apostas esportivas na Câmara, os deputados incluíram nessa categoria, além das apostas esportivas, também os jogos online, onde entram cassinos e outros jogos de azar em ambiente virtual. Estima-se que até 80% da movimentação do setor venha desse tipo de atividade.

Críticos temem que isso facilite a disseminação ainda maior de sites que oferecem games que trabalham sem transparência, com promessas de prêmios exorbitantes ou algoritmos fraudulentos. Já há investigações criminais sobre casos desse tipo.

Para o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, a regulação da atividade deve fazer com que o cenário atual mude.

As operadoras terão regras a cumprir, o que deve coibir as dinâmicas comerciais atuais, onde infelizmente são recorrentes os casos sem qualquer controle. Com a regulação, a publicidade seguirá regras do Conar [Conselho Nacional Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária] e o próprio setor deve ajudar as autoridades a fiscalizar os malfeitos.

Andre Gelfi, presidente do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável

Outra preocupação é com o aumento de casos de vício. Pesquisas apontam que a prevalência desse tipo de comportamento em jogos entre adolescentes fica entre 2% a 4%. O número é o dobro do que se vê entre os mais velhos.

Via Olhar Digital

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