O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quinta-feira, 29, um acordo com o governo da Ucrânia para liberar uma nova parcela de US$ 500 milhões (R$ 2,82 bilhões) dentro do atual programa de ajuda ao país.
O conselho executivo do Fundo ainda precisa aprovar o desembolso, mas esse tipo de trâmite costuma ser uma formalidade. Com a liberação, o total enviado pela instituição à Ucrânia chega a US$ 10,65 bilhões (R$ 60,22 bilhões) dos US$ 15,5 bilhões (R$ 87,65 bilhões) previstos no acordo firmado em 2023.
Programa do FMI soma US$ 122 bilhões
O valor que o FMI planeja destinar faz parte de um pacote mais amplo, que totaliza US$ 122 bilhões (R$ 689 bilhões). O montante tem a aprovação de diversos países, conforme consenso em março de 2023. O objetivo do programa é sustentar a economia ucraniana depois da invasão russa, a partir de fevereiro de 2022.
O próprio Fundo reconhece que a guerra compromete severamente a atividade econômica da Ucrânia. A expectativa de crescimento para este ano varia entre 2% e 3%, bem abaixo dos 4% registrados em 2024.
Inflação dispara e dependência externa cresce
O órgão econômico internacional alerta que os elevados gastos públicos para enfrentar os impactos da guerra mantêm o país altamente dependente de ajuda externa. “A economia é resiliente, apesar dos desafios decorrentes de mais de três anos de guerra”, disse Gavin Gray, chefe da missão do Fundo na Ucrânia.
Apesar da resistência econômica, a inflação disparou e alcançou a taxa de 15,1%, sob influência principalmente da alta dos preços dos alimentos e dos custos trabalhistas. No comunicado, o FMI reforça que as perspectivas para a economia ucraniana “permanecem excepcionalmente incertas”.