Com a campanha nacional contra a gripe ainda restrita a grupos prioritários, quem recorre à rede privada em busca de vacina pode enfrentar dificuldades. Diversas clínicas particulares estão com os estoques zerados. Segundo a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), o problema tem origem nos dois laboratórios que fornecem os imunizantes ao setor privado, conforme informações da rádio CBN.
Uma das empresas alega dificuldades no processo de envasamento. A outra teve um lote retido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Enquanto isso, a vacinação no Sistema Único de Saúde (SUS) está liberada apenas para públicos específicos, como crianças, gestantes, idosos, profissionais da saúde e segurança, além de pessoas com doenças crônicas. Apenas algumas cidades, como o Rio de Janeiro, decidiram ampliar o acesso para toda a população.
Vacina: cobertura segue abaixo do esperado
De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 13% do público-alvo se vacinou até agora. Dos cerca de 49 milhões de brasileiros aptos, somente 9 milhões receberam a dose. Segundo Marcos Tendler, conselheiro da ABCVAC, o setor privado responde por cerca de 10% da cobertura vacinal nacional, atendendo principalmente empresas que imunizam seus funcionários.
“A vacinação contra a gripe ocorre no outono, que começou em 21 de março. Estamos quase na metade da estação e menos de 1 milhão de doses foram aplicadas, quando já deveríamos ter mais de 2,5 a 3 milhões”, explicou Tendler.
Muitos preferem a vacinação particular em razão da fórmula ser mais abrangente. A vacina que as clínicas privadas oferecem é tetravalente, ou seja, protege contra quatro tipos do vírus influenza. A vacina que a rede pública aplica é trivalente, contra três tipos de vírus.
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, reforça a importância de os grupos prioritários comparecerem aos postos. O Ministério da Saúde ainda não informou quando ou se a campanha será ampliada para toda a população.