O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, teve conversas telefônicas ou encontros pessoais com representantes de pelo menos 58 países em um mês e meio de governo Donald Trump. Apesar disso, o Brasil ficou fora de sua lista de contatos.
A rede inclui, por exemplo, chanceleres ou primeiros-ministros de todos os integrantes do G20, conforme o site da CNN. Do grupo das 20 maiores economias do planeta, apenas Brasil e África do Sul sentiram o peso do isolamento.
EUA conversam até com a Venezuela
Desde a volta dos republicanos à Casa Branca, o secretário de Estado conversou com autoridades de dez países do continente americano: Canadá, México, Argentina, Costa Rica, El Salvador, Guiana, Jamaica, Panamá, República Dominicana e Venezuela. Neste último caso, o diálogo foi com o líder oposicionista Edmundo González, que os Estados Unidos reconhecem como presidente legítimo.
Em janeiro, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviou uma carta a Rubio cumprimentando-o por sua nomeação. Os dois, porém, não se falaram nenhuma vez. Desde então, Trump cita o Brasil frequentemente como um parceiro comercial com tarifas elevadas sobre produtos norte-americanos, como o etanol.
Fora das questões comerciais, sob o cuidado de outras áreas de governo, o Departamento de Estado esteve no centro de uma polêmica com o Brasil. Na semana passada, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, divisão do Departamento de Estado, postou uma mensagem nas redes sociais com críticas ao Brasil.
“Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão”, disse o escritório no Twitter/X.
Itamaraty reclama de desinformação
Em resposta, o Itamaraty acusa o escritório de distorcer decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação às big techs que operam no país. “O governo brasileiro rejeita qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes”.