A confiança de empresas europeias que atuam na República Popular da China atingiu o nível mais baixo desde o início da série histórica.
Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira, 28, pela Câmara de Comércio da União Europeia na China, 73% dos empresários relataram aumento nas dificuldades para operar no país asiático. Trata-se, portanto, do pior índice já registrado desde o início da pesquisa, em 2004.
O estudo ouviu 503 representantes de empresas europeias. Apenas 29% esperam crescimento na China nos próximos dois anos — menor nível de otimismo desde 2013. A mesma parcela demonstrou pessimismo, o maior índice em mais de uma década.
A percepção sobre a lucratividade futura também piorou. Apenas 12% dos entrevistados mantêm otimismo com os lucros na China — 3 pontos a menos que em 2024. Em contrapartida, 49% declararam pessimismo, número recorde desde o início da série.
A pesquisa foi realizada em janeiro, antes da posse de Donald Trump, nos Estados Unidos. Isso revela que a percepção negativa sobre o mercado chinês já estava consolidada mesmo antes da volta de uma política tarifária mais agressiva por parte do governo norte-americano.
Em resposta ao avanço do protecionismo global, o governo chinês lançou, em fevereiro, um plano para atrair investimento internacional.
As autoridades prometeram remover todas as restrições impostas à entrada de capital estrangeiro na indústria. A medida faz parte de um esforço para manter o país competitivo diante da retração de investidores ocidentais.
Na mesma linha, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, buscou aproximação com a União Europeia. Em abril, ele conversou por telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e sugeriu uma união contra o “bullying” comercial dos Estados Unidos.
UE e China se reúnem em julho para debater comércio
O regime chinês deve receber líderes europeus em Pequim, em julho, para discutir acordos bilaterais. A abertura do mercado e a estabilidade regulatória para empresas estrangeiras devem dominar a pauta.
O encontro busca conter o avanço da desconfiança empresarial e oferecer sinais concretos de mudança na postura chinesa.