Durante uma entrevista concedida ao canal de TV Fox News na quinta-feira 15, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Abdullah bin Zayed Al Nahyan, detalhou as prioridades do país para a Faixa de Gaza. De acordo com ele, é primordial que o grupo terrorista Hamas liberte os mais de 50 reféns israelenses e, consequentemente, deixe o poder do território.
“Primeiro, libertar os reféns, precisamos de calma em Gaza”, afirmou Zayed Al Nahyan à emissora norte-americana. “Também precisamos uma autoridade que não seja o Hamas no controle da região. Se pudermos oferecer ideias aos cidadãos, estaremos sempre dispostos a contribuir.”
Ao comentar conversas recentes com membros da Autoridade Palestina, o chanceler dos Emirados Árabes Unidos afirmou perceber insatisfação entre os interlocutores. “Acredito que eles estão bastante cansados da situação atual e isso é evidente”, disse. “Eles querem o fim desta guerra. Se terão papel ou não, isso depende de como Estados Unidos e Israel vão colaborar ou não neste momento, mas, no fim, apenas os palestinos vão administrar o local.”
Apesar de defender que a Faixa de Gaza conte com administração de algum organismo palestino, a declaração de Al Nahyan registra críticas públicas ao Hamas a partir do Oriente Médio — e de uma nação de maioria islâmica. Sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governo do Brasil evita tecer críticas ao Hamas. Aliás, a gestão petista nem considera o bando como grupo terrorista. Lula, inclusive, passou a ser persona non grata em Israel, pois chegou a chamar — mais de uma vez — de genocídio as ações militares do país judaico.
Ainda à Fox News, Al Nahyan destacou o papel humanitário exercido pelos Emirados Árabes Unidos. De acordo com ele, o país é responsável por mais de 42% de toda a ajuda internacional enviada a Gaza nos últimos dois anos. Segundo afirmou, “se não fosse pelos Acordos de Abraão entre os Emirados e Israel, e pelo importante papel do presidente Trump, acredito que não conseguiríamos fornecer tanta assistência à região”.
Investimentos bilionários e cooperação tecnológica entre EUA e Emirados Árabes Unidos
Em outra frente, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan, anunciou, também na última quinta-feira, que o país pretende investir US$ 1,4 trilhão nos Estados Unidos ao longo dos próximos dez anos. O anúncio ocorreu durante visita do presidente norte-americano, Donald Trump, aos Emirados, depois de compromissos no Catar e na Arábia Saudita.
Na ocasião, Trump prometeu intensificar as relações com Abu Dhabi e revelou acordos que superam US$ 200 bilhões. Os dois países também decidiram ampliar a cooperação em tecnologias de inteligência artificial. Depois do encontro, a Casa Branca divulgou novos acordos de US$ 14,5 bilhões, incluindo a compra, pela companhia aérea Etihad Airways, de 28 aeronaves Boeing 787 e 777X, equipadas com motores da empresa americana GE Aerospace.