sexta-feira, setembro 20, 2024
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Desembargador investigado por declaração polêmica pede licença

O desembargador Luís César de Paula Espíndola pediu licença remunerada ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) a partir desta quarta-feira, 10. Na quarta-feira 3, ele afirmou, durante julgamento de assédio contra uma menina de 12 anos, que “as mulheres estão loucas atrás de homens”

O período de descanso começa justamente antes da primeira sessão da 12ª Câmara Cível do TJPR, depois de sua fala, e vai até o fim desse mês, em 31 de julho. O benefício está previsto entre os direitos dos magistrados, sem necessidade de justificativa.  

O desembargador proferiu a fala polêmica durante audiência na qual estava em julgamento o caso de uma menina de 12 anos que se sentiu assediada por um professor. Em nota, ele afirmou que não tinha intenção de menosprezar o comportamento feminino.

A adolescente contou que, em uma ocasião, o professor teria mandado uma mensagem para ela durante o horário da aula com elogios, além de piscadas e olhadas maliciosas. Com medo, a menina se escondia no banheiro para não frequentar a disciplina.

Espíndola não concordou em condenar o acusado. Ele não quis “estragar a vida do professor” e afirmou que não se passava de “ego de adolescente”. Confrontado por uma desembargadora presente no julgamento, ele rebateu e disse que os argumentos apresentados por ela eram alegações do “discurso feminista”.

“Se vossa excelência sair na rua hoje em dia, quem está assediando, quem está correndo atrás de homens são as mulheres, porque não tem homem”, disse Espíndola. “Esse mercado está bem diferente. Hoje em dia, essa é a realidade, as mulheres estão loucas atrás de homens, porque são muitos poucos. É só sair à noite, eu não saio muito à noite, mas eu tenho funcionárias, tenho contato com o mundo. A mulherada está louca atrás dos homens.”

A OAB processa, e Conselho Nacional de Justiça investiga o desembargador

Sede do Tribunal de Justiça do Paraná
O Tribunal de Justiça do Paraná disse que um procedimento preliminar foi instaurado para investigar a declaração do magistrado | Foto: Divulgação/TJPR

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na figura da presidente da seccional, Marilena Winter, entrou com pedido de análise do caso. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tem investigação em aberto.

O requerente pede o afastamento imediato do desembargador, pois seria “imperioso a necessidade antes mesmo da instauração de procedimento administrativo”.

De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo, ele não estava no seu gabinete durante visita da corregedoria do CNJ, em março, sobre outro caso, em que teria sido avisado previamente. O magistrado já foi condenado por agressão contra a própria irmã.

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Via Revista Oeste

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