Início Entretenimento criador de Andor não quer que série vire ‘comida’ de IA

criador de Andor não quer que série vire ‘comida’ de IA

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O showrunner de Andor, Tony Gilroy, disse ao Collider que desistiu de publicar as mais de mil páginas de roteiro da série do universo Star Wars. O motivo? Receio do material ser usado para treinar modelos de inteligência artificial (IA) generativa.

Gilroy anunciou, em 2023, planos de lançar um site com os roteiros e as ilustrações conceituais da série original do Disney+. “Eu queria fazer isso. Montamos tudo. Está realmente incrível. Eu vi, amei”, disse o showrunner. “A IA é a razão de não fazermos isso.

O Disney+ divulgou o primeiro trailer da segunda temporada de Andor em 24 de fevereiro. A estreia está marcada para 22 de abril. Assista abaixo:

Roteiros de Andor são ‘raio-X demais’ e ‘facilmente absorvíveis’ por IA, diz criador da série

Para Gilroy, o material é “raio-X demais e facilmente absorvível”. Ou seja, é minucioso demais. Poderia, digamos, capacitar demais as máquinas. “Por que ajudar os malditos robôs mais do que você pode?”, questionou o criador da série de Star Wars.

“Então, foi uma questão de ego”, acrescentou o showrunner. “É vaidade que te faz querer fazer isso e o lado negativo é real. Então, a vaidade perde.”

Cassian e o personagem Colecionador em cima de moto espacial em cena da série Andor
Criador de Andor queria publicar roteiros e ilustrações conceituais da série, mas desistiu por conta do avanço da IA (Imagem: Divulgação)

A decisão de Gilroy destaca as crescentes preocupações sobre o uso do trabalho de artistas para desenvolver ferramentas de IA que poderiam substituí-los.

Essas preocupações atingiram um ponto crítico em 2023, quando sindicatos de Hollywood – WGA e SAG-AFTRA – deflagraram greves que se estenderam por 148 dias e 118 dias, respectivamente. Entre suas principais exigências estavam:

  • Proteções contra substituição de humanos por IA para escrever roteiros;
  • Salvaguardas para impedir a criação de réplicas digitais de atores sem seu consentimento.

Treinamento de IAs e direitos autorais

Conforme modelos de IA se tornam mais sofisticados, seus treinamentos exigem quantidades cada vez maiores de dados. Aí, materiais protegidos direitos autorais – roteiros e livros, por exemplo – entram na mira.

Treinamentos de sistemas de IA exigem quantidades cada vez maiores de dados (Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

O jornal New York Times está processando a OpenAI por violação de direitos autorais. Em paralelo, um processo por direitos autorais contra a desenvolvedora do ChatGPT foi ajuizado por uma coalizão de escritores – entre eles, o autor de Game of Thrones, George R.R. Martin.

As empresas de IA geralmente alegam fair use (“uso justo”, em tradução livre) quando sistemas de IA devoram material protegido por direitos autorais em seus treinamentos. Mas ainda é uma questão na qual cada caso é um caso. E o criador de Andor não pretende facilitar para as máquinas.


Via Olhar Digital

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