Comam brioches, diz Lula

(*) por J. R. Guzzo

À medida em que o seu governo desmancha, e nem ele, nem Janja e ninguém em seu estado maior têm a mais remota ideia do que fazer a respeito, o presidente Lula vai se descolando cada vez mais da nave mãe — ou seja, da sanidade básica que se espera do responsável por alguma coisa. Vai ficando uma coisa mais alarmante a cada dia que passa. Seu último surto, na frente de todo mundo, foi dizer que para combater a inflação “o povo tem de se educar” — ou seja, os preços estão desse jeito porque o brasileiro, segundo o presidente da República, é mal-educado.

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O povo não sabe comer, proclamou Lula. Se soubesse, deveria comer as coisas que o governo quer que ele coma — mas, como o povo tem essa mania de comer coisas caras, os produtores de alimentos se aproveitam para aumentar os preços sem parar. Danado esse brasileiro, não? Enquanto Lula, Janja e o ministro Sidônio se matam de trabalhar dia e noite para combater a inflação, ele, povo, vai lá e fica detonando na gôndola do supermercado. Não são os “fascistas” que dizem isso. É ele mesmo, Lula em pessoa.

Lula versão Maria Antonieta

“Comam brioches”, diz Lula na sua atual reencarnação como a rainha Maria Antonieta — que, diante dos preços muito caros do pão, recomendava que os franceses comessem alimentos alternativos. Em sua análise da situação, o governo, que é o responsável pela condução da economia, não faz nada de errado; os preços sobem não por causa da inépcia terminal de suas decisões, mas porque o povo não sabe comer. Inflação, segundo Lula, não é a perda de valor da moeda — que cabe ao Estado, e só a ele, administrar. É fruto da má educação do povo.

Com a casa caindo em volta dele, Lula viaja geral na maionese — fica dizendo, por exemplo, que o presidente Donald Trump comete “genocídio” na “Palestina”, e outras coisas tão cretinas quanto essa. Em vez de trabalhar e cuidar do próprio serviço, sai por aí falando da vida alheia — e deixa claro, mais uma vez, que o povo deste país só atrapalha as autoridades. O resultado é o desastre de um governo que vai acabando sem nunca ter começado.

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