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Com mais de 7 mil indígenas, Piauí investe em ações para manter viva a cultura e a tradição – pi.gov

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O estado do Piauí abriga 7.378 indígenas pertencentes a cinco etnias, distribuídas em sete municípios — com destaque para Piripiri e Lagoa de São Francisco, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em celebração à diversidade cultural dos povos originários, o Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes, localizado no centro de Teresina, espera um grande número de visitantes durante a 22ª Semana dos Povos Indígenas, com início nesta terça-feira (15), cujo tema é “Povos indígenas: os guardiões da Terra”. Confira AQUI a programação da 22ª Semana dos Povos Indígenas – Museu do Piauí – 2025

“É de fundamental importância celebrar nossa ancestralidade, honrando a cultura e a tradição dos povos originários, bem como suas incontestáveis contribuições para a formação da nação brasileira”, afirma Dora Medeiros, diretora do museu, que convida a população a participar do evento.

Protagonismo indígena no Piauí

Os povos originários exercem um papel crucial na história e na cultura do Piauí, com destaque especial para a agricultura familiar. Em abril deste ano, o estado tornou-se o primeiro do Brasil a executar o PAA Indígena (Programa de Aquisição de Alimentos) voltado aos povos indígenas, que compra a produção agrícola dessas comunidades e destina para as entidades que atendem famílias em situação de vulnerabilidade.

A valorização das comunidades indígenas também se reflete na educação. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) conta com a Diretoria de Educação Escolar Indígena e Quilombola, responsável por desenvolver estratégias específicas para a Educação Básica e a formação de profissionais que atuam nesses contextos.

CETI Oka Ka Inaminanoko: educação pensada por e para os indígenas

Uma das principais conquistas foi a criação do Centro de Ensino de Tempo Integral (Ceti) Oka Ka Inaminanoko, localizado no bairro Planalto Bela Vista, em Teresina. A unidade escolar atende 120 estudantes das etnias Warao e Guajajara e foi planejada para preservar as memórias históricas dessas comunidades, além de estimular o protagonismo juvenil.

A gestora da escola, Aline Heira, destaca o impacto da iniciativa. “O Governo do Estado tem oferecido uma escola de qualidade para nós, com currículo específico, alimentação adaptada às nossas necessidades e incentivo ao ensino técnico e ao empreendedorismo. É uma escola feita por nós e para nós.”

Entre os frutos dessa política está a aprovação da estudante Hayra Guajajara, de 18 anos, no curso de Direito da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Alfabetização trilíngue: EJA Warao

Outro exemplo de inclusão é o projeto “EJA Warao”, voltado à alfabetização de 80 indígenas em Teresina, com aulas ministradas em três idiomas: português, espanhol e warao — este último, língua nativa de uma etnia originária da Venezuela.

Yovini Eulálio Torres Blanco, aluno do projeto, destacou a relevância da proposta. “Na escola, conseguimos aprender uma nova língua e valorizar nossa cultura e tradições.”
Museu dos Povos Indígenas do Piauí: guardião da história, cultura e resistência

Fundado em 2016 como uma iniciativa comunitária, o Museu dos Povos Indígenas do Piauí – Anízia Maria (MUPI), localizado na comunidade Nazaré, em Lagoa de São Francisco, consolidou-se como um importante espaço de preservação cultural. Inicialmente voltado às etnias Tabajara e Tapuio Itamaraty, o museu expandiu seu alcance ao longo dos anos. Em 2023, com apoio do Sistema Estadual de Incentivo à Cultura (Siec), ganhou um espaço físico mais amplo.

Hoje, o MUPI representa diversas etnias do estado, como Kariri (de Serra Grande e Batemaré), Tabajara (de Piripiri), Warao (de Teresina), Guajajara, Akroá Gamela, Gueguês e outros grupos. O museu não apenas preserva artefatos tradicionais, mas promove experiências culturais vivas, fortalecendo identidades, espiritualidades e memórias ancestrais.

Acervo e atividades

O acervo do museu inclui peças artesanais, objetos históricos e uma linha do tempo que contextualiza a trajetória dos povos originários no Piauí. A proposta educativa busca sensibilizar os visitantes sobre a riqueza e a resistência das culturas indígenas.

Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes: espaço especial para a cultura indígena

No centro de Teresina, o Museu do Piauí – Casa de Odilon Nunes abriga a Sala da Cultura Indígena, um dos seus principais atrativos, especialmente visitado por estudantes, pesquisadores e turistas. O museu funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30, e aos sábados, das 8h às 12h.

Na sala, é possível observar fósseis de peixes da Era Mesozóica (Período Cretáceo), encontrados no município de Simões (PI), além de mandíbula fossilizada de um mamífero da Chapada do Araripe e um tronco fossilizado.

O espaço também reúne machados de pedra polida usados em rituais religiosos no período neolítico (Caracol-PI), armas de pedra do período paleolítico, pontas de flechas e um pilão primitivo de Queimada Nova (PI). Outro destaque é a urna funerária de argila utilizada para sepultar uma criança indígena na Serra da Capivara.

Além disso, o acervo inclui ornamentos da tribo Guajajara (MA), instrumentos musicais da tribo Waiwai (PA) e réplicas de pinturas rupestres dos parques nacionais de Sete Cidades e da Serra da Capivara, produzidas por alunos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

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