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Com 7 paradas, rota histórica entre Sydney e Londres deve voltar em 2026

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A companhia aérea nacional australiana, Qantas, acaba de lançar seu primeiro serviço totalmente próprio de Sydney a Londres, operado com os recém-adquiridos Lockheed Constellation.

Batizada de “Rota do Canguru”, esse voo está longe de ser um simples trajeto de ponto A ao ponto B. O trajeto foi criado em 1947, quando o mundo se recuperava dos impactos da guerra. Para quem vivia na Austrália e tinha um certo capital financeiro, chegou finalmente a hora de visitar a Inglaterra.

 

A viagem dura quatro dias e inclui paradas em Darwin, Singapura, Calcutá (hoje Kolkata), Karachi, Cairo e Trípoli antes de aterrissar na capital britânica — um tempo consideravelmente menor do que os 10 dias das viagens de hidroavião inauguradas em 1938.

A bordo, apenas 29 passageiros, acompanhados por três pilotos, um navegador, um operador de rádio, dois engenheiros de voo e três comissários de bordo.

O preço? Nada menos que £525 (R$ 3.913), o equivalente a cerca de £17,4 mil (R$ 129,7 mil) em 2025, conforme a calculadora de inflação do Banco da Inglaterra.

“Um significado especial para os australianos”

Hoje, voos entre Sydney e Londres levam menos de 30 horas e, na maioria das vezes, exigem somente uma escala. Mas onde está a graça nisso?

Para quem tem tempo e dinheiro de sobra, a agência de viagens de luxo Captain’s Choice acaba de anunciar um novo tour de 14 dias chamado “O Espírito Pioneiro da Rota do Canguru”.

O voo inaugural será em 3 de fevereiro de 2026, seguindo um trajeto semelhante ao primeiro voo operado integralmente pela Qantas em 1947. A promessa? Uma viagem nostálgica, mas com todo o conforto da modernidade.

Os passageiros embarcarão em um Airbus A330-300 fretado pela Qantas, com paradas em Darwin, Singapura, Kolkata, Colombo, Cairo, Toulouse e Roma. Em cada destino, além de se hospedarem em hotéis de luxo, terão experiências exclusivas.

“Recriar essa rota icônica sempre esteve no meu radar”, diz Bas Bosschieter, CEO da Captain’s Choice.

“A Rota do Canguru tem um significado especial para os australianos. Na Captain’s Choice, gostamos de criar itinerários verdadeiramente únicos, e esse combina perfeitamente com nossa marca, que é especialista em viagens privadas e tem uma longa parceria com a Qantas. Nosso primeiro tour pela Ásia e África, em 1994, já foi realizado com um Boeing 767 fretado da companhia.”

Bosschieter explica que o planejamento dessa viagem exigiu um extenso trabalho em conjunto com a Qantas, incluindo consultas com historiadores e a criação de homenagens ao voo original.

“Ainda estamos definindo alguns detalhes, mas teremos brindes retrô, ex-pilotos da Qantas compartilhando histórias e, talvez, até um Super Constellation no jantar de boas-vindas”, conta.

Ele também menciona que conheceu uma pessoa que viajou para a Austrália na Rota do Canguru original e que pretende incluir relatos como esse ao longo da experiência.

O custo? A partir de 49.950 dólares australianos (cerca de R$ 181,8 mil) por pessoa, incluindo todas as refeições, bebidas, hospedagem, passeios, traslados, gorjetas e, claro, os voos.

Os passageiros poderão personalizar suas paradas conforme seus interesses e ainda desfrutar de vantagens VIP. No Sri Lanka, por exemplo, terão a chance de conhecer uma lenda do críquete local antes de um jantar exclusivo na residência do primeiro-ministro.

Em Roma, farão uma visita privada ao Museu do Vaticano depois do horário de funcionamento. Já no final da viagem, terão um tour pelos bastidores da fábrica da Airbus, em Toulouse, e um jantar de despedida sob as asas de um Concorde.

As acomodações são tão luxuosas quanto se espera por esse valor. Em Singapura, por exemplo, os hóspedes ficarão no Ritz-Carlton Millenia.

A procura tem sido alta, segundo Bosschieter, e os assentos da Classe Executiva já estão esgotados.

“Na Classe Econômica, venderemos apenas 150 dos 269 lugares, garantindo mais espaço para os passageiros”, diz.

“Além disso, todos terão assentos na janela ou no corredor. Como apenas um dos trechos ultrapassa 4,5 horas de voo, será possível desfrutar de refeições de Classe Executiva e de uma seleção especial de vinhos e bebidas de diferentes partes do mundo.”

Mas o que torna essa viagem tão popular? Segundo Bosschieter, a Rota do Canguru desperta um sentimento de nostalgia para muitos australianos.

“Ela também mostra o quanto a aviação evoluiu”, afirma. “Hoje, podemos recriar essa jornada com muito mais conforto do que aqueles que a percorreram no passado… É realmente uma oportunidade única na vida.”

O que vem por aí para a Qantas?

A escolha do ano para essa viagem não é coincidência. Em 2026, a Qantas pretende escrever um novo capítulo na história da aviação com o lançamento do aguardado Projeto Sunrise — uma iniciativa para operar os voos diretos mais longos do mundo.

A companhia planeja conectar Sydney a Londres e Nova York sem escalas, utilizando jatos Airbus A350-1000 especialmente configurados para voos de até 20 horas.

O Projeto Sunrise foi anunciado em 2017, e seu nome faz referência às missões secretas da Segunda Guerra Mundial, em que pilotos voavam de Perth ao Sri Lanka rumo a Londres em rotas tão longas que presenciavam dois amanheceres durante a viagem.

Em 2019, a Qantas realizou três voos experimentais para coletar dados e apresentar à Autoridade de Segurança da Aviação Civil da Austrália. O objetivo era demonstrar que tripulação e passageiros poderiam suportar até 22 horas consecutivas no ar.

Durante os testes, os pilotos usaram sensores cerebrais e tiveram amostras de urina analisadas antes e depois dos voos para monitorar os níveis de melatonina, hormônio que regula o sono.

Passageiros da Classe Econômica também usaram dispositivos para medir os impactos da viagem em sua saúde e bem-estar, considerando fatores como iluminação, alimentação, hidratação, movimento, padrões de sono e entretenimento a bordo.

Ainda não há uma data oficial para o lançamento dos voos, mas os primeiros Airbus A350-1000 destinados ao Projeto Sunrise devem chegar à frota da Qantas em meados de 2026.

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Via CNN

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