A Câmara dos Deputados formalizou nesta quinta-feira, 5, o afastamento de Carla Zambelli (PL-SP). Com a licença publicada, a deputada deixa de receber qualquer valor como parlamentar. O suplente Coronel Tadeu (PL-SP) já assumiu a vaga.
O pedido de Zambelli chegou à Casa antes mesmo da ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinava o bloqueio de sua remuneração. A parlamentar está fora do Brasil e, segundo o ex-apresentador Paulo Figueiredo, teria viajado à Itália depois de passar pelos Estados Unidos.
“Considere-se afastada a senhora deputada Carla Zambelli a partir de 29 de maio de 2025, data indicada ao atestado médico constante no processo”, informou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no despacho. “Convoque-se o respectivo suplente.”
O ministro Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio integral de salários, verbas de gabinete e demais repasses pagos pela Câmara. O objetivo é quitar a multa de R$ 2 milhões imposta a Zambelli por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça, em 2023.
Como a deputada já se encontra licenciada, não há valores disponíveis para confisco. Ainda assim, o STF acionou o Banco Central para bloquear todas as contas, investimentos e transações da congressista, incluindo transferências via Pix.
O pedido foi incluído na decisão que decretou a prisão preventiva da deputada, além da suspensão de seus perfis nas redes sociais, confisco de passaporte e inclusão na lista da Interpol. A Corte também abriu novo inquérito para apurar tentativa de obstrução de Justiça e coação.
Sem advogado, Zambelli passa a ter DPU como representante legal
Zambelli segue sem advogado constituído no processo. Sua última defesa abandonou o caso alegando motivos pessoais. Diante do cenário, Moraes designou a Defensoria Pública da União (DPU) para representá-la.
A Polícia Federal tem dez dias para ouvir a deputada, mesmo que seja por escrito. A corporação também deverá preservar os conteúdos removidos das redes sociais da parlamentar na quarta-feira 4.
Zambelli vinha solicitando doações a seguidores e chegou a divulgar seus dados bancários nos perfis, alegando necessidade de arrecadação para pagar sanções judiciais. Moraes exigiu que o Banco Central informe todos os recebimentos por Pix nos últimos 30 dias.