Início Viagem & Gastronomia Butão deve ganhar aeroporto e operar mais de 120 voos por dia

Butão deve ganhar aeroporto e operar mais de 120 voos por dia

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O mindfulness se tornou um dos conceitos mais populares no mundo do bem-estar — hoje, há hotéis, spas e aulas dedicados a essa prática. Mas o Butão está indo muito além: o país está construindo uma cidade inteira voltada para o mindfulness.

A cidade de Gelephu, no sul do Butão, próximo à fronteira com a Índia, foi escolhida para sediar esse ambicioso projeto, embora poucos detalhes tenham sido divulgados até agora.

Isso mudou recentemente. O escritório de arquitetura Bjarke Ingels Group revelou o design do futuro aeroporto de Gelephu, dando a visão mais concreta até o momento sobre a cidade e seus objetivos.

As imagens mostram uma série de estruturas de madeira em forma de diamante, todas modulares, permitindo que o aeroporto seja expandido ou atualizado com facilidade.

Aeroportos costumam ser lugares estressantes — filas longas, conexões perdidas, bagagens extraviadas. Mas como um aeroporto pode incorporar o conceito de mindfulness?

Para Bjarke Ingels, a resposta está no uso de elementos naturais no design e na filosofia do Butão de Felicidade Interna Bruta, que mede o bem-estar da população como parte da qualidade de vida.

“Um aeroporto é a primeira e a última impressão que se tem de um lugar”, afirmou Ingels.

“O projeto é composto por estruturas modulares de madeira maciça, que garantem flexibilidade e expansão. De longe, o conjunto lembra uma cadeia de montanhas estilizada…”.

Ele continua: “Todas as peças de madeira são esculpidas e pintadas de acordo com técnicas artesanais tradicionais, adornadas com três tipos de dragões que representam o passado, o presente e o futuro do Butão. O resultado é uma fusão entre tradição e inovação.”

Assim como o país, o aeroporto será carbono-negativo, segundo seus idealizadores, e contará com painéis solares no telhado para geração de energia.

O Aeroporto Internacional de Gelephu terá 68 mil metros quadrados, capacidade para 123 voos diários e poderá receber até 1,3 milhão de passageiros por ano.

Embora esse número pareça pequeno em comparação com gigantes como Heathrow, em Londres, ou JFK, em Nova York, é significativo para o Butão, um país sem acesso ao mar que recebeu apenas 316 mil turistas em 2019.

Atualmente, todos os voos internacionais chegam pelo Aeroporto de Paro (PBH), próximo à capital, Thimpu. No entanto, a geografia desafiadora da região — cercada por montanhas do Himalaia, com ventos fortes e sem iluminação na pista — limita as operações a poucos voos de curta distância provenientes de cidades asiáticas como Nova Délhi e Bangkok.

Gelephu já possui um pequeno aeroporto doméstico, mas foi escolhida como sede do novo aeroporto internacional por sua geografia mais plana, permitindo pistas mais longas para aeronaves maiores.

Além disso, sua proximidade com a Índia — principal parceira comercial e diplomática do Butão — faz de Gelephu um ponto estratégico para futuras conexões ferroviárias e rodoviárias.

O rei do Butão, Jigme Khesar Namgyel Wangchuck, é o principal mentor do projeto da Cidade do Mindfulness de Gelephu.

“Esse aeroporto é fundamental para que Gelephu se torne um centro de negócios, além de ser um ponto crucial para a segurança nacional do Butão, um país sem saída para o mar”, afirmou o monarca.

O Butão, com cerca de 750 mil habitantes, é pioneiro no conceito de turismo de “alto valor e baixo impacto”. Para visitar o país, estrangeiros precisam pagar uma taxa diária de US$ 100 (R$ 574), destinada a financiar serviços públicos como saúde e educação.

Ainda não há uma data oficial de inauguração para o Aeroporto Internacional de Gelephu.

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Via CNN

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