Nesta quinta-feia, 14, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, criticou a tentativa de parlamentares da oposição de aprovar um projeto de lei de anistia para os presos do 8 de janeiro.
“Algumas pessoas foram da indignação à pena, procurando naturalizar o absurdo”, disse Barroso, durante a abertura de uma sessão plenária na Corte. “Não veem que dão um incentivo para que o mesmo tipo de comportamento ocorra outras vezes. Querem perdoar sem antes sequer condenar.”
Barroso fez um discurso em defesa da instituição depois de um homem promover explosões perto do STF e morrer na sequência ao cometer suicídio. De acordo com o juiz do STF, não há lugar na democracia para quem pensa que violência é uma estratégia de ação.
O presidente do STF sugeriu que o caso não é isolado e enumerou uma série de atos que, segundo ele, estão associados, como, por exemplo, os insultos que o ex-deputado Daniel Silveira proferiu contra ministros.
Críticas no STF não se restringiram ao projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro
O ministro Gilmar Mendes também discursou no início da sessão. Conforme o decano da Corte, o caso “não é isolado”. Isso porque há uma série de fatos históricos recentes que se conectam. Para Mendes, eles são fruto de uma “ideologia rasteira” que estaria desestabilizando as instituições.
Para Mendes, o ato está associado ao 8 de janeiro. O juiz do STF viu ainda relação com a administração Bolsonaro.
“O discurso de ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados pelo governo anterior”, disse Mendes, durante sessão plenária no STF. “Fruto de um sectarismo infértil, o radicalismo político grassou nas eleições de 2018, em uma campanha caracterizada pela ampla utilização das redes sociais para difusão de ódio, ataques pessoais e fake news.”