Os integrantes da banda Ira! foram obrigados a cancelar shows em quatro cidades do Sul do Brasil. Isso ocorreu depois de o vocalista do grupo, Marcos Valadão Ridolfi, conhecido como Nasi, pedir para os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro não comparecerem mais às suas apresentações.
“Informamos que, em virtude dos últimos acontecimentos que envolveram a banda, não temos outra alternativa a não ser os cancelamentos dos shows nas cidades de Jaraguá do Sul (SC), Blumenau (SC), Caxias do Sul (RS) e Pelotas (RS)”, informou a produtora responsável pelos eventos, em nota.
O comunicado também informa que a agência que organiza os shows recebeu inúmeros pedidos de cancelamentos de ingressos adquiridos, depois de Nasi pedir aos apoiadores de Bolsonaro não irem aos shows.
Patrocinadores desistem de apoiar os shows da banda Ira!
Além disso, patrocinadores dos eventos desistiram de apoiar os shows, por causa do “risco de não progressão das vendas dos ingressos”.
As cidades catarinenses de Jaraguá do Sul e de Blumenau são conhecidas pelo forte apoio aos políticos de direita.
Nasi pediu aos apoiadores de Bolsonaro para deixarem o show
Em 29 de março, o vocalista Nasi reclamou das vaias que recebeu do público depois de usar o palco para criticar o projeto de anistia aos presos do 8 de janeiro.
O vocalista chegou a mandar os apoiadores de Bolsonaro saírem do local. “Vão embora e não voltem mais aos nossos shows”, declarou. “Não comprem nossos discos.”
Nasi da banda Ira EXPULSA bolsonaristas de seu show: “Vão embora e não voltem mais aos nossos shows. Não comprem nossos discos. Não apareçam mais. É um pedido que faço a vocês.” pic.twitter.com/vnlqOWuia0
— Seja Subversivo (@sejasubversivo) April 2, 2025
Nasi é um cantor que frequentemente critica pautas de direita. Filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) desde 2003, o artista sempre participa de eventos ligados à esquerda. Em agosto de 2023, por exemplo, ele cantou na festa de 40 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em entrevista ao jornal Correio do Estado, concedida um mês antes da festa da CUT, ele afirmou ser a favor da legalização da maconha.
